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Mais Médicos eleva atendimentos, mas não afasta polêmicas


“Do ponto de vista da Saúde pública não houve nenhum impacto", diz presidente do Cremesp.

Cidades festejam números positivos; especialistas dizem que os resultados ainda são contestáveis Principal bandeira do governo federal no setor da Saúde, o Programa Mais Médicos foi implementado há dois anos e está presente em seis das sete cidades do Grande ABC. A única exceção é São Caetano.

Polêmico desde o lançamento, principalmente pela ‘importação’ de mão de obra extrangeira para atuar no País sem que eles passassem por exame que comprovasse a sua preparação, o chamado Revalida, o Mais Médicos ainda está longe de ser unanimidade. Se os dirigentes da Saúde nos municípios da região exaltam o crescimento no número de atendimentos, especialistas apontam falhas na execução e ausência de dados que comprovem sua eficácia. Em 2014, o governo federal investiu R$ 1,9 bilhão no programa.

Há, ainda, de se ressaltar o fato de os profissionais envolvidos no programa atenderem, principalmente, emergências e pequenos casos. Não aliviou, portanto, as filias de especialidades e de cirurgias, pois eles não atuam nesses setores.

Mauá é a cidade da região com maior número de adesões. São 47 os profissionais cubanos em ação em UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e na chamada Estratégia de Saúde da Família. Dados da Prefeitura apontam que eles foram responsáveis por atender 297,5 mil pessoas desde novembro de 2013, quando chegou o primeiro grupo à cidade.

 Em Santo André, são 30 os profissionais em atividade. Segundo a Secretaria da Saúde, nos dois anos em que eles atuam o número de atendimentos em Saúde da Família saltou de 60.789 para 114.926. “Conseguimos ampliar a cobertura e melhorar o acesso à consulta médica e aos procedimentos, levando assistência para as pessoas em regiões em que tínhamos dificuldade de fixar médicos, uma vez que a maioria das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) está nas regiões periféricas”, afirmou o secretário Homero Nepomuceno Duarte, em evento realizado no início do mês para festejar dois anos do Mais Médicos.

O presidente do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), Braulio Luna Filho, atesta os resultados observados pelas duas administrações, mas faz ressalvas. “Do ponto de vista da Saúde pública não houve nenhum impacto. Não ocorreu redução da mortalidade infantil, de mortes por doenças do coração ou pulmonares. O governo aponta apenas resultado de satisfação. Isso é natural, quem não tinha médico fica contente por passar a ter”, afirma.

Ele destaca que o Mais Médicos trouxe alívio para pequenas cidades, geralmente localizadas longe dos grandes centros, mas que no Grande ABC, por exemplo, o efeito é pequeno. “Existem, em média, 4,4 médicos para cada 1.000 habitantes. É bem mais que os 2,2 que a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda. Aqui, faltam profissionais em locais de difícil acesso e que não oferecem condições de trabalho, com equipamentos sem condições e que o médico pede um exame e ele demora muito para ficar pronto, que a violência impera”, destaca.

Jorge Carlos Machado Curi, representante do Estado de São Paulo no CFM (Conselho Federal de Medicina), destaca questões trabalhistas que envolvem o programa. “Esses estrangeiros estão sendo explorados. Não é nada humano o que estão fazendo com esses profissionais. Ninguém é obrigado a ficar longe de sua família e quase sem férias durante um longo período”, aponta. “Além disso, foram burladas outras questões. Eles recebem uma espécie de bolsa de estudos”, complementa Luna Filho, que destaca ainda o fato de os participantes não terem sido submetidos a exame de avaliação. “Isso é necessário em qualquer lugar do mundo.”

OUTRAS CIDADES

São Bernardo conta com 39 integrantes do Mais Médicos, sendo 30 cubanos, um mexicano e oito brasileiros. Diadema solicitou 35 profissionais, mas só recebeu dez. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não responderam.

 




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