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CAPA

EDITORIAL (JC pág. 2)
PL que regulamenta a medicina retorna para o Senado Federal, após aprovação na Câmara


ENTREVISTA (JC pág. 3)
Claudio Giulliano Alves da Costa, presidente da SBIS


ATIVIDADES (JC pág. 4)
Módulos de atualização profissional e homenagens pelo Dia do Médico pautaram o mês


EXAME (JC pág. 5)
A segunda fase da 5ª edição da avaliação foi realizada em 25 de outubro


GERAL (JC pág. 6)
Irregularidades pairam sobre indicação da nova diretoria da Agência Nacional de Saúde


ATO MÉDICO (JC pág. 7)
Após sete anos de tramitação no Congresso, regulamentação da profissão é aprovada


ÉTICA MÉDICA (JC pág. 8)
Acompanhe pontos importantes da 8ª edição do encontro, que contou com experts nacionais e internacionais


GERAL 2 (JC pág. 10)
Novos nomes à frente do Conselho Federal tomaram posse dia 1º de outubro


GERAL 3 (JC pág. 11)
Coluna dos novos representantes do Estado de São Paulo no CFM


ALERTA ÉTICO (JC pág. 12)
Análises do Cremesp ajudam a prevenir falhas éticas causadas pela desinformação


GERAL 4 (JC pág. 13)
Conheça o trabalho desenvolvido pelo Programa de Educação em Saúde no mês de setembro


Geral 5 (JC pág. 15)
Confira se você necessita atualizar seus dados junto ao nosso Setor de Cadastro


ESPECIALIDADE (JC pág, 16)
Série de matérias especiais sobre especialidades médicas


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Edição 264 - 10/2009

ENTREVISTA (JC pág. 3)

Claudio Giulliano Alves da Costa, presidente da SBIS


“Informatização melhora eficiência no atendimento à saúde”

A presença cada vez maior da informatização no dia a dia dos médicos tem trazido à tona a discussão sobre o futuro da medicina e suas consequências na relação médico-paciente. Os mais conservadores veem com certa insegurança essa interferência e temem que ela desqualifique o trabalho médico. Por outro lado, existem aqueles que enxergam nesses avanços uma oportunidade de facilitar os procedimentos e ainda aumentar a intimidade com os pacientes.

Em entrevista ao Jornal do Cremesp, Claudio Giulliano Alves da Costa, presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) e coordenador de Informática da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, fala sobre as vantagens que a informatização traz ao cotidiano dos profissionais de saúde; e rebate as acusações de que a informatização distancia o médico do paciente. Claudio Giulliano é graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com mestrado em Engenharia Biomédica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).


Quais os principais impactos da informatização na prática médica?
Ao informatizar um consultório, um hospital ou qualquer instituição de saúde, os impactos são muito significativos. Eles ocorrem, principalmente, na melhoria da eficiência e da qualidade do atendimento. Outro impacto positivo ocorre na redução dos custos. Se você tem um controle mais efetivo, consegue gerenciar melhor sua instituição e ver os gastos se reduzirem.

Como tratar da questão dos prontuários médicos no sistema informatizado?
Os prontuários médicos, ao serem informatizados, incorporam toda a informação clínica dentro de um sistema. Nós chamamos isso de Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP). Existem algumas resoluções do CFM, em parceria com a SBIS, que regulamentam o assunto e indicam como ter um prontuário eletrônico numa instituição médica. Essas normas e procedimentos fazem parte de um processo denominado Certificação de Software SBIS/CFM.

Há risco na manutenção do sigilo destes prontuários?
O risco que você tem é muito menor que os prontuários em papel, porque a estes qualquer um tem acesso. Já o eletrônico dispõe de tecnologia para prevenir o acesso indevido. Todas essas tecnologias, práticas e normas estão expressas no Manual de Certificação da SBIS e do CFM. Se um sistema atende a todos estes requisitos estabelecidos na norma, que é pública e com acesso pelo site da SBIS, a proteção que existe para a informação do paciente é muito grande e chega a ser tão segura quanto a dos bancos.

A resolução do CFM que trata do prontuário eletrônico informa que o usuário deste sistema deve ter uma assinatura digital. O que fazer se esta assinatura ainda é cara e complexa?
O objetivo da assinatura digital é eliminar o uso do papel. Para conseguir esta assinatura, basta o médico acessar o serviço em sites que a forneçam, como por exemplo, o http://www.certsign.com.br ou o http://www.serasa.com. Não é difícil conseguir, mas é burocrático porque a pessoa tem de se dirigir até essas empresas para retirar o documento. Alguns hospitais contratam empresas certificadoras para que forneçam a assinatura ou e-CPF (cadastro de pessoa física, que já vem com autenticação eletrônica), no local de trabalho dos médicos. Qualquer pessoa pode ter uma assinatura digital, que no futuro funcionará como um CPF eletrônico. Há um projeto do CFM que prevê um CRM digital, no qual o registro de médico viria junto com um certificado digital padrão. Essa ideia está em fase de especificação técnica e acredito que em dois anos deve estar concluída.

A realidade atual dos hospitais no Brasil permite que esta tecnologia seja aplicada?
Isso é uma coisa que está evoluindo. Existem alguns hospitais que já alcançaram um nível de informatização muito avançado e não usam mais o papel. Por outro lado, há hospitais que sequer possuem um computador. O Brasil tem mais de sete mil instituições hospitalares, mas são poucas as que estão informatizadas. O desafio é muito grande. E o país está em uma fase evolutiva na qual se tem cada vez mais programas que estão informatizando processos de funcionamento de hospitais e outros, mais avançados, já no processo de informatização do atendimento clínico.

A atual grade curricular das escolas de medicina tem afinidade com estas tecnologias?
Nem todas, infelizmente. Temos muito a melhorar ainda, porque existem poucas universidades que têm na sua graduação de medicina uma disciplina de informática em saúde. Quando existe, ela é optativa. Às vezes, o médico não se atenta para a importância que a informática tem em sua formação.

De que forma as novas tecnologias podem afetar a relação médico-paciente?
O médico precisa tomar cuidado com isso. Não vou dizer que não tenha um problema a ser enfrentado. Deve ter cuidado no uso do computador na hora da consulta. Bem utilizada, a tecnologia ajuda o médico a ter um sistema mais adequado para se aproximar do paciente. Não vejo como um problema, mas sim, como um desafio que precisa ser aperfeiçoado.

O uso dessas tecnologias está submetido a alguma norma ética?
Existe uma série de normas do CFM que orientam o médico e complementam o procedimento. Uma delas, que não é voltada ao profissional médico, mas para aqueles que desenvolvem sistemas de informação, é a certificação. Além de tudo isso, o Código de Ética Médica, prevê uma série de posturas, vetos e recomendações aos médicos para o uso de qualquer tecnologia. Gostaria de deixar claro que o processo de certificação não é obrigatório. Ele está neste momento definindo as melhores práticas. O sistema para ser certificado, precisa apenas demonstrar ser melhor. Não há nenhuma punição para o médico que usa um sistema não certificado. Por outro lado, aquele que deseja informatizar sua instituição médica deve atender à Resolução 1821/07 do CFM.

De que forma a informática influencia o dia a dia do médico?
A informática ajuda numa série de objetivos, como obter informação sobre o paciente de forma muito mais rápida, e disponível no momento em que o médico precisa. Ela ajuda o médico a se atualizar por meio da educação a distância, e toda a informação que o médico obtém na internet é útil no seu relacionamento com o paciente, na troca de informação. O médico atualmente se vê diante de um paciente muito melhor informado e a tecnologia tem ajudado nesse sentido. Existem softwares avançados, nos quais o denominado Sistema de Apoio à Decisão, auxilia o médico na busca de um diagnóstico e da melhor decisão clínica. Mas nada substitui o médico, o olhar clínico e sua proximidade com o paciente. O que a gente quer, ao incentivar o uso das ferramentas da informação, é que se possa aprimorar a relação entre o médico e o paciente, com a tecnologia.

Em relação a outros países, como está o Brasil em termos de informatização de procedimentos médicos?
Eu diria que não estamos tão ruins, mas em posição mediana, se comparado com países mais avançados. Temos também a participação muito ativa de profissionais de informática em saúde em diversos fóruns mundiais. A própria ISO, que define algumas normas, tem o Brasil como participante deste comitê internacional.



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