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CAPA

EDITORIAL (pág. 2)
Bráulio Luna Filho, presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág. 3)
Diretoria da EPM


INTERNET (pág. 4)
Avanços tecnológicos a favor da Medicina


IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS (ISS) (pág. 5)
Projeto de Lei 268/2015


INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág. 6)
Emílio Ribas - 135 anos


EPIDEMIA (pág. 7)
MERS-CoV


TRABALHO MÉDICO (pág. 8 e 9)
Violência contra profissionais de saúde


EXAME DO CREMESP (pág. 10)
Valorização da iniciativa


AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
Projeto educacional


EU, MÉDICO (pág. 12)
Medicina: aprendizado & convivência


JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
Hospital São Paulo


EDITAIS (pág. 14)
Informações úteis ao profissional de Medicina


BIOÉTICA (pág. 15)
Dilema da Maioridade Penal


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Edição 327 - 07/2015

EDITORIAL (pág. 2)

Bráulio Luna Filho, presidente do Cremesp


  Violência contra os médicos: será o caos na Saúde?

 

   O Cremesp, preocupado com essa situação, tem tomado medidas emergenciais para reverter esse quadro.”

 

O aumento de casos de violência contra médicos e profissionais de Saúde no Estado de SP é, indubitavelmente, um reflexo da desorganização no sistema de saúde. Indicativo dessa gravíssima situação é a pesquisa realizada pela Sociedade de Pediatria de SP. Foi constatado que 7 em cada 10 médicos já passaram por alguma violência durante o exercício profissional. Desses, 63% relataram agressão psicológica, 10%, física, e 4% vivenciaram algum tipo de cyberbullying.

Quanto mais jovem o médico, maior o registro de ataques: 74% dos que confirmaram algum episódio agressivo têm entre 27 e 34 anos. Lamentável ainda é a suspeita de que as mulheres são as vítimas preferenciais.

Tudo faz crer que estaríamos diante de mazelas de um sistema de saúde disfuncionante. Os problemas de acesso, demora no atendimento, espera de até meses para consultas e precária condição estrutural dos postos de saúde e hospitais seriam os motivadores das altercações dos ânimos.

A hipótese mais geral são as deficiências do subfinanciamento e gestão ineficaz da saúde. Embora relevante, não podemos atribuir todos os males apenas à má remuneração dos profissionais. Eles são as vítimas preferenciais, ao lado dos pacientes, da ineficiência do sistema e do descaso das autoridades.

O Cremesp, preocupado com essa situação, tem tomado medidas emergenciais para reverter esse quadro. Em junho, iniciamos a enquete online Violência: ameaças e agressões no ambiente profissional.

Também selamos parceria com o Conselho Regional de Enfermagem de SP e a Coordenação de Políticas para a Mulher do Estado de SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania. Queremos identificar os pontos de maior incidência de agressões aos profissionais de saúde. 

Encomendamos também duas pesquisas ao Datafolha: uma com os médicos e outra com o público que frequenta os locais de atendimentos. Tentaremos avaliar, cientificamente, esse fenômeno e os possíveis fatores desencantes. Pretendemos organizar ações concretas envolvendo entidades médicas, profissionais da saúde, público e autoridades municipais e estaduais.

Já estão em curso discussões sobre possíveis medidas preventivas, como criação de rondas da saúde — nos moldes de policiamento da Ronda Escolar —, e de uma delegacia específica para crimes contra profissionais da saúde.  Com os resultados das pesquisas, formataremos um plano de emergência.

A segurança é pré-requisito essencial em qualquer ambiente de trabalho. Ela se faz ainda mais importante quando envolve quem atende pessoas necessitando de cuidados médicos. O Cremesp tem o compromisso inalienável de defender um sistema de saúde que atenda às necessidades da população e garanta condições adequadas de trabalho dos médicos e demais profissionais da saúde.


Bráulio Luna Filho é presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo

 


Opinião

Mais médicos? Como?


Antonio Pereira Filho
Coordenador de Comunicação do Cremesp

 

“A formação dos profissionais não exige apenas professor, giz e lousa. É fundamental laboratórios de anatomia patológica, de histologia, farmacologia, fisiologia e mais.”
 

Não existe mais discussão de que o País necessita de mais médicos. Atualmente temos menos médicos por habitante do que o preconizado pela Organização Mundial de Saúde. Essa é uma questão. Outro aspecto é a péssima distribuição dos profissionais médicos no Brasil.

A região Sudeste centraliza mais de 50 % dos médicos no Brasil, enquanto as demais regiões ficam com 50% ou menos. Além disso, existe a concentração de médicos nas capitais. É só comparar o número de médicos em Teresina com o do Piauí. Ou o número de médicos em São Luís com o do Maranhão. Até chegar às absurdas proporções entre Belém e Pará, Manaus e Amazonas e assim por diante.

A concentração de médicos, hospitais e laboratórios é diretamente proporcional à concentração econômica.

São Paulo é diferente? Não. A capital e região Metropolitana tem quatro médicos por mil habitantes. O mesmo número de Portugal, Espanha, Uruguai, Canadá e tantos outros países. Já a média para o Estado de São Paulo é de um médico para cada mil habitantes, média insuficiente.

Vamos formar mais médicos? Claro! E aí, abrem-se escolas a rodo. Mas a formação dos profissionais não exige apenas professor, giz e lousa. É fundamental laboratórios de anatomia patológica, de histologia, farmacologia, fisio­logia e mais. Prefeitos, governadores, secretários de saúde, ministros da Saúde e da Educação e presidente da República: os cursos da Saúde precisam de hospitais e equipamentos de saúde. E os docentes necessitam deles para ensinar acadêmicos e formar residentes e especialistas.

Delegar essa formação a grupos empresariais de questionável capacidade técnica e alto investimento em propaganda é uma irresponsabilidade desumana. É como entregar causas jurídicas a advogados que não conhecem os Códigos Civil ou Penal.

Seguimos na Medicina, com anos de atraso, o mesmo leilão feito na advocacia com os cursos de Direito. E como no Direito, só nos resta o exame de suficiência técnica — pós-curso de formação, para corrigir a demagogia dos governantes aliada à sede capitalista dos empresários da saúde e da educação —, como legítima arma de defesa da saúde do nosso povo e da defesa da milenar Medicina. 
 


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