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Edição 331 - 11/2015

ENTREVISTA (pág. 3)

Irineu Tadeu Velasco


“O emergencista ficará na porta de entrada
do pronto-socorro”

Com a aprovação da especialidade, houve uma redução
de 70% em pedidos de exames nos Estados Unidos

 

A Medicina de Emergência passou a integrar o rol de especialidades médicas no Brasil, com o aval da Comissão Mista de Especialidades (CME), composta pela Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Nacional de Residência Médica (CNMR) e Conselho Federal de Medicina (CFM). Para falar sobre a criação e implantação da nova especialidade, o Jornal do Cremesp conversou com Irineu Tadeu Velasco, professor titular do Departamento de Clínica Médica na área de Emergências da FMUSP e chefe desses serviços no pronto-socorro e UTI do Hospital das Clínicas. Como membro integrante da CME, nesta entrevista ele fala sobre a trajetória de luta pela criação da especialidade de emergencista, esclarecendo por que ela não será conflitante com o terreno de atuação dos intensivistas. Destaca também os requisitos necessários para a implantação da especialidade nas instituições de ensino e saúde, visando preencher uma lacuna importante no atendimento emergencial à saúde da população.

 

Por que a especialidade Medicina de Emergência é necessária?

A discussão sobre a criação da especialidade vem desde os anos 90, e as dificuldades são semelhantes às existentes desde a sua implantação, nos Estados Unidos (EUA), nos anos 70. Lá também não havia esta especialidade e qualquer médico atuava como emergencista, sem pré-requisito ou preparo para atuar no pronto-socorro. Era, geralmente, o primeiro emprego do médico, como acontece aqui. Então, criou-se a figura do emergencista, que é o indivíduo que fica na porta do pronto-socorro, recebe um treinamento, que varia de três a quatro anos dependendo do país (no Brasil, será de três anos) e passa a ser o responsável pelo atendimento. Com a especialidade, os norte-americanos economizaram 70% em exames porque o emergencista tem mais traquejo e não precisa pedir vários deles. Ele vê o paciente como um todo. Nos EUA, é a especialidade mais bem remunerada (US$ 128 por hora).


Qual lacuna o emergencista irá preencher no País?

Ele fará a triagem no pronto-socorro. Não resolverá todos os casos, mas uma grande parte. Outros, ele irá estabilizar, diagnosticar e chamar o especialista. Por exemplo, para uma apendicite, o cirurgião; para uma fratura exposta, o ortopedista. Se o emergencista estiver no Inte­rior, em locais que não possuem especialistas, ele será capaz de estabilizar o doente e encaminhá-lo para um lugar onde haja mais recursos. É o que estamos precisando no País. Um indivíduo na porta da emergência que resolva. Quem faz a triagem na maioria dos prontos-socorros é o porteiro, e isso acarreta diversos problemas.


A atuação e formação se assemelham às do médico intensivista?

Nós travamos uma briga semelhante para a implantação da especialidade de Medicina Intensiva. Quem já atuava há mais de 10 anos em UTI, recebeu o título de especialista. Mas como na época não havia Residência para todo mundo, foram criados centros formadores para a realização de estágio, visando à prova da especialidade para atuar dentro da terapia intensiva. A formação do médico emergencista é diferente do intensivista, apesar de que haverá estágio em UTI, para que o especialista saiba dar sequência ao atendimento se for encaminhado para lá.


Há dados estatísticos sobre o número de pacientes críticos que entram diariamente no HC em relação a casos menos graves?

Do total de atendimentos de emergência, a classificação de risco de pacientes graves chega a 70%, e foi nisso que o MEC se baseou para estabelecer o número de bolsas.


Com a aprovação da especialidade de emergencistas, o atendimento nos prontos-socorros deixará de ser visto como um período de passagem para o médico recém-formado e se tornará mais especia­lizado?

No HC, além de atuar no pronto-socorro geral, o emergencista vai estar apto a cuidar das urgências do pronto-socorro de Obstetrícia, Ginecologia, Ortopedia, Oftalmologia, no Incor, na Pediatria etc. No pré-hospitalar e na regulação também, porque ele tem que saber encaminhar o paciente. Além disso, receberá treinamento para atendimento decorrente de catástrofes, o que não tínhamos até então.


Neste ano, a Comissão Nacional de Residência Médica autorizou a criação de 18 novos cursos de Residência em Medicina de Emergência. Esses números são suficientes? O que terá de ser revisto?

Esses cursos foram aprovados porque eram de hospitais universitários, que temos certeza de que têm condições de dar um bom programa. No HC, solicitamos 24 bolsas. Em breve, a CME se reunirá com o CFM para estabelecer um consenso sobre as mínimas habilidades necessárias que um residente de emergência deve ter.


Haverá novos credenciamentos para a oferta da especialidade?

Sim. As instituições interessadas poderão credenciar seus programas de Residência Médica no Ministério da Educação (MEC). Mas o MEC deverá vistoriar o hospital onde os médicos serão treinados para que eles possam adquirir as habilidades exigidas. Essa tem sido a minha maior preocupação, porque senão qualquer instituição irá oferecer o programa em função da bolsa, para contar com mão de obra barata e não contratar médicos. 


Também existe a especialidade de Medicina de Emergência em Pediatria?

Sim, mas essa especialidade é um pouco diferente. Primeiro o médico faz a Residência em Pediatria e, depois, mais dois anos só de Emergência em Pediatria. Entretanto, agora, no HC, os três anos poderão ser feitos de forma direta.


Considerando a falta crônica de pediatras, essa medida poderá contribuir para a melhoria do atendimento infantil em prontos-socorros?

Acredito que irá amenizar. Além disso, o plantão é sempre uma forma de o médico ser mais bem remunerado. Mas uma coisa é estar preparado para dar plantão, outra é oferecer um atendimento precário. Com a implantação da especialidade, o quadro certamente será melhor.

 

 


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