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CAPA

EDITORIAL (pág. 2)
Mauro Aranha - Presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág. 3)
Helena Nader


INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág. 4)
Modernização do Iamspe


PRESCRIÇÃO (pág. 5)
Substâncias antimicrobinos necessitam de receituário específico


BENEFÍCIO (pág. 6)
Bolsas de Bioética


ATIVIDADES DO CREMESP (pág. 7)
Núcleo de Defesa Ética em Remuneração Médica


EXAME DO CREMESP (págs. 8 e 9)
Cresce o número de reprovados em comparação ao ano de 2015


SAÚDE PÚBLICA (pág. 10)
Decisões em políticas sobre drogas devem ser colegiadas


AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
Agenda


EU, MÉDICO (pág. 12)
Urologista leva atendimento médico a comunidades ribeirinhas


JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
Cartilha do Cremesp orienta residentes sobre assédio moral


EDITAIS (Pág. 14)
Convocações


BIOÉTICA (pág. 15)
Análise ética de pesquisas pode sofrer mudanças com projeto aprovado no Senado


GALERIA DE FOTOS



Edição 345 - 03/2017

EU, MÉDICO (pág. 12)

Urologista leva atendimento médico a comunidades ribeirinhas


A pesca esportiva e a Medicina eram duas grandes paixões do médico urologista Francisco Leão, que resolveu unir a satisfação pessoal com a prática médica, criando e coordenando o projeto Doutores das Águas. Em um barco-hospital, a Organização Não-Governamental (ONG) oferece atendimento à saúde para famílias ribeirinhas da Bacia Amazônica, por meio de uma equipe voluntária que leva informação, trabalha na prevenção de doenças, faz diagnósticos e pequenas cirurgias, e aplica medicamentos.

Formado pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, em 1977, Francisco concluiu a especialização em Urologia, em 1981, também na Santa Casa. Dedica-se, principalmente, ao trabalho voluntário, atendendo na clínica geral do ambulatório na organização filantrópica Cruz de Malta, e na coordenação do projeto Doutores das Águas, além de atender em uma clínica popular.

O médico conta que o projeto nasceu quando ele e um grupo de pescadores esportivos souberam da carência da população ribeirinha durante uma viagem de pesca, na Amazônia. “Um dia, estava pescando e uma senhora se aproximou queixando de dor no pé. Por casualidade, eu tinha um analgésico e dei para ela, ensinando-a como tomar. Ela pegou o frasco e o agarrou como se aquilo fosse uma coisa absolutamente preciosa. A partir daí, pensamos sobre o efeito de algo tão comum para nós, como um medicamento simples, na vida daquelas pessoas. Precisávamos fazer mais”, explica.

Essência

Após concluir sua especialização, Francisco fez um curso de Administração Hospitalar, na Fundação Getúlio Vargas, e, então, deixou de atender em consultórios e hospitais para seguir carreira na indústria farmacêutica, mudando-se, inclusive, para a Colômbia, retornando ao Brasil em 1995. Mas considera que foi em 2011 que encontrou o verdadeiro sentido da profissão. “Consegui uma estabilidade financeira e, já que posso me dar a esse luxo, resolvi exercer a Medicina apenas para quem mais precisa e não tem acesso. Fui executivo durante minha vida toda e, em todos esses anos, não tive contato com pacientes. Resgatei essa relação com o Doutores das Águas, e aí resolvi voltar a clinicar, mas apenas para as pessoas às quais minha prática médica realmente faça a diferença”.


Os Doutores das Águas

O projeto passa por comunidades na Bacia do Rio Negro e nas do Rio Jauaperi e Xeriuni, entre Roraima e Amazonas. As expedições acontecem uma vez no ano – uma semana em cada Bacia – devido à dificuldade de acesso do barco às regiões atendidas. Os 32 voluntários disponibilizam atendimento médico e odontológico no próprio barco. Oferecem também Educação Recreativa, por meio de palestras sobre doenças, prevenções e aulas sobre cuidados com a saúde. “Não adianta chegarmos lá, dar os remédios e ir embora. Temos de desenvolver um programa de educação para quebrar o ciclo da doença”, enfatiza Francisco.

Como coordenador médico do projeto, o urologista é responsável, principalmente, pela seleção de médicos voluntários e pelo estudo e montagem dos kits de remédios que auxiliam no atendimento à população ribeirinha. “Levamos medicamentos para aproximadamente 1.500 pessoas. Como vamos sempre para as mesmas comunidades, nos baseamos nos casos que mais encontramos na região. As doenças mais comuns acabam sendo as verminoses, em função do ambiente insalubre, além de doenças de pele, como micoses. A região também é zona endêmica de malária, leishmaniose e lepra”.

A expedição de 2017 promete ser diferente. Serão coletados exames de fezes, para a identificação dos principais vermes na população, além da realização de uma pesquisa sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) nas mulheres das comunidades. Pela primeira vez será possível ter mapeamento de DSTs daquela população e a identificação dos vermes, facilitando o tratamento.

Experiência Transformadora

“Não conheço ninguém que participou do projeto e voltou do mesmo tamanho. Quando o barco chega, todas as crianças ficam na praia, cantando as musiquinhas que aprenderam no ano anterior. Eles esperam a gente chegar. Contam com a gente. Nós não temos mais o direito de parar. Temos de dar um jeito para aparecer lá uma vez no ano”, afirma.

O projeto visa auxiliar as comunidades, mesmo sabendo que não têm como resolver todos os problemas locais. “Muitas vezes atendemos casos de pacientes críticos que, se estivessem em outra região, sobreviveriam. Mas lá é diferente, as condições são muito difíceis. Nós, médicos, temos de aprender a conviver com a nossa própria impotência e, muitas vezes, não conseguir resolver tudo”, completa.

O atendimento médico durante as expedições não conta, por exemplo, com nenhum aparelho de medicina diagnóstica. Os diagnósticos são baseados na clínica, na habilidade de conversar com o paciente e tirar informações e, finalmente, chegar a uma hipótese. “É uma atuação totalmente única. A experiência lhe faz refletir muito sobre qual Medicina você quer praticar”, confessa Francisco.


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