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    24-03-2015

    Violência estudantil

    Embora escolas estejam mais atentas ao problema, não há punição pública aos agressores

     


    Calouro tem o direito de não se submeter a trotes humilhantes



    Estampada com regularidade preocupante nas páginas dos jornais e das redes sociais, a violência nas escolas de Medicina – que muitas vezes ultrapassa os limites dos trotes e festas de recepção a calouros – já entrou na pauta de discussões da Assembleia Legislativa de São Paulo, onde foi instaurada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), em dezembro do ano passado. Os parlamentares irão apurar violações de direitos humanos ocorridas nas dependências das faculdades de Medicina, denunciadas pelas vítimas.

    Embora oficialmente proi­bido em muitas faculdades, a repetição das cenas de violência e abusos continua contra alunos ingressantes. Há denúncias graves de casos de violação aos direitos da pessoa – agressões, humilhação, sequestro dentro da faculdade, indução a coma alcoólico e estupros de estudantes – sem que, até o momento, tenha havido punição pública contra qualquer um dos agressores.

    Para a Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) – que possui 156 escolas médicas associadas, entre públicas e privadas –, a questão da violência nos campi universitários é preocupante e avassaladora, assim como nas festas e nas repúblicas. “Acompanhamos de perto, e com preocupação, os casos de violência nas escolas, especificamente no Estado de São Paulo”, diz Victor Evangelista de Faria Ferraz, diretor da regional São Paulo da entidade.

    Embora esteja atenta às diversas formas de violência, discriminação e assédio que ocorrem tanto na graduação como na residência médica, a ABEM considera difícil concluir se há um aumento real da violência ou se o ambiente agora é mais favorável à denúncia. As escolas proíbem o trote e tendem a ser menos condescendentes, apurando os fatos. No entanto, ainda há muita dificuldade em punir os envolvidos de forma adequada.

     

    Apurar e punir

    As escolas no Estado de São Paulo têm proibido o trote formalmente no seu meio, mas a realidade mostra que ele não acabou. “O fato é que ao mesmo tempo em que boa parte dos alunos, professores e médicos considera o trote violento e terrível, acredita que pintar, raspar a cabeça e fazer brincadeiras ‘saudáveis’ é bom”, afirma Ferraz. Dessa forma, muitas vezes, acham que o trote é até necessário como um rito de passagem, queiram os calouros ou não. No entanto, ele aponta que “é preciso empoderar o não do calouro, não permitindo que se criem ambientes em que o calouro sinta-se obrigado socialmente a dizer sim a coisas que não faria em outra situação”.

    Para o diretor da ABEM, nessa hora, as escolas exercem um papel importante. “Apurar e punir exemplarmente é mais que necessário. Além disso, em ambientes fora da faculdade, temos o poder público das cidades, que podem e devem ser participantes das discussões sobre isso”, ressalta.

    Segundo ele, é preciso aplicar com severidade as leis que existem: a lei seca no trânsito, a lei do silêncio e da violência contra mulher, entre outras. Afinal, “é papel de toda a sociedade combater esses atos e encaminhar bandidos, abusadores, criminosos, que estão dentro das escolas médicas, à Justiça”.
     


    Cremesp se alia às escolas no combate à violência estudantil

    O debate sobre o tema tem sido recorrente nos congressos nacionais e regionais da ABEM já há algum tempo. A entidade busca entender melhor o processo e propor a discussão de ações de prevenção e fortalecimento das forças de reação.

    A diretoria da associação reuniu-se com a presidência e diretoria do Cremesp, em fevereiro, para firmar uma parceria entre as entidades visando propor e articular uma ampla discussão ainda neste ano. “Precisamos nos debruçar sobre o tema de forma acadêmica e científica. Não existe um levantamento objetivo dos trotes e seria útil traçar um mapa da violência nas escolas médicas”, comenta Ferraz.  Antonio Pereira, diretor de Comunicação do Cremesp, afirma que a participação do Conselho é importante porque não só alunos, mas também professores e residentes, têm sido apontados como participantes de ações ilícitas.
     


    Repercussão afeta imagem de alunos e instituições

    A repercussão na imprensa de casos de violência contra mulheres – principalmente estupros –, além de agressões e constrangimento a calouros durante o trote ou festas da Medicina, tem trazido sérias consequências para as escolas, segundo a Associação Brasileira de Escolas Médica (ABEM).

    Exemplo disso, segundo o diretor regional de São Paulo, Victor Evangelista de Faria Ferraz, é a demonização das escolas e dos estudantes de Medicina em geral. Ele acredita que, em sua maioria, os alunos são contra a violência e desejam uma recepção alegre e acolhedora aos colegas ingressantes.

    Embora algumas escolas tenham papel decisivo ao proibir o trote em seu meio e tomado providências para apurar e punir os envolvidos, há receio de se exporem. “A escola se beneficia ao apurar e punir, até com expulsão, os envolvidos em situações de violência. É bom para sua imagem de formadora de pessoas éticas e comprometidas com a cidadania”, observa.


    Intermed

    Para a ABEM, as competições esportivas são um evento à parte. Um ambiente que deveria ser de congraçamento, na quase totalidade das vezes, transformou-se em um ambiente de franco abuso, violento, no qual o abuso de álcool, por exemplo, é recorrente, muitas vezes levando pessoas ao hospital em estado crítico. “Diversas cidades não querem mais hospedar a Intermed – uma das mais tradicionais competições disputadas por faculdades paulistas – dado o grau de destruição de patrimônio e desconforto causado à população. Perdem-se o brilho e a filosofia da competição esportiva, que deveria ser integradora”, lamenta Ferraz.

    Tags: violênciatroteescolasuniversidadesacadêmicos.

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