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28-04-2016 |
Saúde pública |
Casos de sífilis congênita e adquirida aumentam em todo Estado |
“O aumento dos casos de sífilis é um fenômeno mundial, mas é mais grave no Brasil que em outros países”, afirmou David Uip, secretário de Saúde do Estado de São Paulo, durante a Semana Paulista de Mobilização contra a Sífilis Congênita. O evento foi organizado pela Comissão Intergestora Bipartite de São Paulo, composta por entidades ligadas às secretarias de Estado e Municipal da Saúde. A iniciativa tem por objetivo somar esforços de gestores e trabalhadores do SUS-SP para a eliminação da sífilis congênita e o controle da sífilis adquirida em todo o Estado. Segundo Uip, que integrou a mesa de abertura do evento, é necessário refletir sobre o sistema de atenção primária, no qual se faz o diagnóstico para identificar as possíveis falhas que têm levado ao crescimento da sífilis congênita. “Embora tenhamos protocolo, o percentual de mulheres que chega ao pré-natal depois do primeiro trimestre de gravidez é muito alto, fazendo com que se percam as oportunidades de diagnóstico precoce”, afirmou. Também integraram a mesa de abertura o coordenador do Centro de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde e também diretor de Comunicação do Cremesp, Marcos Boulos, a coordenadora do Centro de Referência e Tratamento (CRT/DST-AIDS), Maria Clara Gianna, a secretária municipal de Saúde de São Bernardo do Campo, Odete Carmem Gialdi, representando o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems), e Margareth Preto, do Fórum Ongs/Aids. O secretário afirmou que os fatores que estão contribuindo para a piora dos índices e a falta de controle da sífilis no Estado são: o diagnóstico tardio ou a falta de acompanhamento das gestantes, com sequenciamento de exames; e a falta de extensão dos cuidados ao marido; além da prática sexual sem o uso de preservativos, particularmente no sexo oral. “É muito difícil mudar o comportamento das pessoas, por isso temos de ter obstinação e voltar a discutir as políticas públicas de combate às DSTs, com fortalecimento das campanhas para eliminação da transmissão fetal, do treponema e do HIV”, disse. Para Boulos, ”é aterrorizante não conseguirmos eliminar a sífilis, uma doença milenar que tem tratamento simples, bastando uma injeção para eliminar a transmissão vertical. Mas, infelizmente, não conseguimos isso”. Ele ressaltou que “é fundamental que o médico faça o diagnóstico precoce e oriente o paciente quanto ao tratamento, para se evitar a transmissão e debelar o flagelo que atinge muitas crianças e famílias”. A ineficiência da assistência ao pré-natal na atenção básica foi o tema abordado pelo coordenador da área técnica de atenção básica da SES, Arnaldo Sala. Conforme apresentado, não são todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) que oferecem testes rápidos de sífilis e aplicação de Penicilina Benzatina, por exemplo, o que faz com que as gestantes sejam conduzidas a unidades mais distantes da sua residência. “Esse fato pode justificar ausências e faltas no pré-natal”, observou Sala. Para ele, o ideal seria que os municípios estabelecessem um plano de ação para controle da doença. Para o ginecologista Edson Luiz Campos Júnior, representante da Secretaria de Saúde do Município de Votorantim, o diagnóstico feito em período oportuno é parte importante para o combate à sífilis congênita. Ele discorreu sobre o tema Os desafios na captação precoce da gestante no pré-natal. “Não se sabe quem tem sífilis, portanto, é necessário captar todas as gestantes”, afirmou. Diagnóstico Recém-nascido Daniela Vinhas Bertolini, infectopediatra também do CRT DST/Aids, apresentou as diretrizes de atendimento presentes no Guia de bolso para o manejo da Sífilis em Gestantes e Sífilis Congênita, publicação da Coordenadoria de Controle de Doenças da SES, ressaltando os casos em recém-nascidos. O manual pode ser consultado online. Alencar lembra que os diferentes tipos de sífilis estão associados, portanto, é necessário pensar a doença sob uma perspectiva mais ampla. “Enquanto houver sífilis adquirida na população, haverá gestantes com sífilis e a doença congênita. Portanto, é importante tratar todos os casos”, concluiu. Fotos: Osmar Bustos e Gabriella Miranda |