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Cartas e notas


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Entrevista


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Crônica


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PÁGINA 18
Dossiê acupuntura relato de caso


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Dossie Acupuntura: Vanguarda


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Agenda Cultural


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Resenha


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Fotopoesia


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Edição 88 - Julho/Agosto/Setembro de 2019

PÁGINA 47

Resenha

As boas mulheres da China

Por Paula Yume Sato Serzedello Corrêa*

O livro As boas mulheres da China foi escrito por Xinran, jornalista nascida em Pequim em 1958, e lançado em 2002, após a autora mudar-se para ensinar na Universidade de Londres. A obra aborda, de maneira biográfica, relatos de mulheres chinesas obtidos durante os oito anos em que apresentou o programa de rádio Palavras na brisa noturna. Em meio ao processo de abertura da China, apesar do controle midiático do Partido, as mulheres encontraram, nas ligações anônimas, a possibilidade de compartilharem suas penosas vivências ocorridas durante o período da Revolução Cultural, antes mantidas em segredo pela vergonha e repressão.

Através dessa abordagem inusitada, o programa acabou por ganhar notoriedade, retirando da ignorância social a opressão e abusos sofridos pelas mulheres e, indiretamente, expondo sua inegável influência pelo contexto político-cultural.

As vidas relatadas, envolvem e chocam o leitor ao mesmo tempo, pela maneira ambiguamente delicada e crua em que são mostradas. Desde a adolescente abusada diariamente pelo pai, e cuja única experiência de carinho foram os gentis toques das patas de uma mosca, passando pela mulher criada como menino, por um pai insatisfeito em ter uma filha, e sua descoberta do prazer sexual no homossexualismo feminino, até os relatos de uma mãe sofrendo diariamente com o suicídio da própria filha, incapaz de lidar com a memória de ter sido abusada sexualmente durante um terremoto, os relatos contados por Xinran são lidos sem respirar. O leitor, conduzido de maneira vívida e delicada através desse mundo até então desconhecido, vivencia, ao final da leitura, a sensação de alívio ao saber que o véu que encobre o sofrimento das chinesas é finalmente retirado.

Apesar de tratar de histórias ocorridas em cenários socioculturais distintos da nossa época, o livro trata, em última instância, de temas tão atuais que nos faz refletir sobre até que ponto evoluímos, assim como acerca da nossa responsabilidade em disseminar conhecimento sobre a submissão, a repressão e os abusos físico e psicológico contra as mulheres, criando uma sociedade de respeito e igualdade.

A força e resiliência das mulheres chinesas em As boas mulheres da China é inspiradora, e a própria autora é um exemplo da força feminina, ao conseguir, de maneira sábia e sutil, encontrar brechas nas rígidas políticas de abertura e controle da mídia e, assim, dar um passo importante na direção da mudança da percepção social feminina. Apesar de a competência e persistência de Xinran levarem ao seu crescimento profissional, a necessidade de digerir suas vivências a levam finalmente a sair da China, após ser impossibilitada de escrever o livro, tornando-se um best-seller mundial.

* Médica especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e cirurgiã de Mohs

Acesse a versão digital da Ser Médico na íntegra.


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