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Editorial de Isac Jorge Filho: Pequenas Mudanças


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Miguel Carlos Vitalino, escritor e médico pneumologista


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A psiquiatra Carmita Abdo é a convidada especial desta edição


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Ser filho de médico - José Simão


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Xadrez - No tabuleiro do doutor


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Edição 31 - Abril/Maio/Junho de 2005

HOBBY DE MÉDICO

Xadrez - No tabuleiro do doutor

No tabuleiro do doutor

“Foi deflagrada no Oriente esta guerra cujo anfiteatro de hoje é toda a Terra. Assim como o outro este jogo é infinito" - Jorge Luis Borges (1899-1986)

A batalha travada no tabuleiro de xadrez exige paciência, concentração e, sobretudo, capacidade de estratégia. Para crianças e iniciantes é um jogo que estimula o raciocínio. Para amadores, um entretenimento ou uma oportunidade de superar um professor, um colega ou um amigo. Para profissionais, um desafio que requer muito tempo e preparo. Esses dedicam dias ou meses ao estudo do jogo do advérsário e preparação de estratégia para enfrentá-lo numa partida, reúnem-se em clubes, colecionam troféus e até jogam por correspondência. É o caso do cardiologista e clínico geral Francisco Vaz, de 59 anos, mestre internacional de xadrez por correspondência (foto acima).

Vaz  divide seu tempo entre a Medicina e o xadrez. O médico tem vários títulos, entre eles o de vice-campeão universitário paulista, inúmeros conquistados na Galeria de Xadrez Borba Gato e, o mais importante, o de Mestre Internacional por Correspondência. O título foi ganho em 2003 e confirmado em 2004 pela Federação Internacional de Xadrez (Fide). O torneio em que sagrou-se campeão durou dois anos. A competição teve partidas simultâneas entre todos os participantes na fase eliminatória. A partida decisiva para Vaz durou aproximadamente 18 meses.

O médico começou a se interessar pelo xadrez aos 16 anos e aprendeu a jogar sozinho. “Só fui ter um professor quando estava estudando Medicina [na Universidade Federal de São Paulo, Unifesp-EPM], para ajudar nas competições”. Ele chegou a ganhar uma bolsa atleta na faculdade; prêmio em dinheiro concedido a esportistas que se destacavam em suas modalidades. Foi na faculdade também que teve seu primeiro contato com a médica Ligia Imam Alvim Arbex, outra campeã brasileira de xadrez feminino de 1973. “Fui procurado por Ligia, porque ela queria aprimorar seu jogo”, conta. Ele acompanhou a participação de Ligia no Campeonato Paulista e no Sul-Americano Feminino. “Tivemos a oportunidade de jogar várias partidas amistosas das quais ela saiu vitoriosa de algumas. Ela foi a jogadora mais inteligente e habilidosa que conheci” elogia. 

Outro memorável parceiro foi o seu professor na EPM, Walter Leser - falecido em 2004. Leser também foi conselheiro da primeira gestão do Cremesp. “Walter Leser foi um bom amigo e um mestre para mim. Ele era um jogador muito forte, tinha uma profunda noção de jogo”. Vaz e Leser enfrentaram-se tanto em amistosos como em torneios. Professor e aluno coincidiram na semi-final de um campeonato paulista amador. “Foi uma partida equilibrada e acabei vencendo por tempo. A análise mostrou que a vantagem que eu tinha conseguido seria insuficiente para a vitória, não fosse o limite de tempo que o professor Leser excedeu”, admite. Eles também disputaram um Alume - Torneio Aluno X médicos da EPM.  

Vaz iniciou a prática de xadrez por correspondência em 1985, como uma forma de driblar a falta de tempo para o jogo. Com o acesso fácil à Internet, o xadrez por correspondência divide espaço com mais uma modalidade: o xadrez on-line. “As formas mudaram muito, hoje pode-se jogar por e-mail no mesmo sistema de lances do xadrez por correspondência ou pela opção de partidas ao vivo, com tabuleiros virtuais”, explica. O jogo por e-mail ganhou a preferência do cardiologista. “Quando jogava por correspondência, fazíamos um ou dois lances por mês, enquanto por e-mail há possibilidades de diversos lances”. Em média, Francisco faz uma jogada a cada três dias, tempo ideal, segundo ele, para uma boa análise. 

No xadrez por correspondência há várias formas de enviar o lance ao adversário. A mais utilizada entre jogadores é letrar a parte horizontal do tabuleiro de A até H e numerar a vertical de 1 a 8. O jogador faz o movimento da peça e envia ao adversário que analisa o lance e, assim que tiver uma nova jogada, manda a confirmação do lance e sua resposta. Assim vai acontecendo até a derrocada do rei.

Origem incerta
O jogo de xadrez é um esporte universal aconselhado por educadores como excelente exercício para o desenvolvimento cognitivo. Sua origem tem várias versões. Entre as mais recorrentes, teria origem há mais de 3 mil anos, na China, Índia, Egito ou Grécia. Vindo do Oriente para o Ocidente, o jogo teria sofrido alterações adequando-se aos costumes. Na Europa, há registros do jogo em pinturas que retratam a Idade Média. O jogo se apresenta como uma guerra da Idade Média - a disposição e movimento das peças reproduzem o papel dos personagens nas cortes. Ao fundo, rei, rainha, bispos, e cavalo na mesma linha das torres. Os bispos movimentam-se na transversal, semelhante ao papel que tinham para intermediar conflitos entre cortes. Pelos movimentos, o cavalo dá saltos e tem um duplo papel, o de guarda real e de guerreiros montados.

XADREZ POR CORRESPONDÊNCIA

Sistema de pontuação
Em geral, o jogador começa com mil pontos em um torneio. Durante as disputas ele ganha um ponto por cada vitória, meio ponto em caso de empate e deixa de pontuar quando derrotado. No final, é feita uma análise geral do torneio para a classificação no ranking mundial. Na classificação do ranking, quando um iniciante ganha de um experiente, ao invés de um ponto por vitória, ele pode ganhar o dobro. O inverso é aplicado ao jogador experiente derrotado por um iniciante, que perde dois pontos na classificação mundial.

Pode haver fraudes?
Não há como controlar, por exemplo, se um jogador mais experiente ajuda um iniciante no lance. “Mas isso é muito difícil de acontecer, principalmente entre jogadores renomados”, afirma Francisco Vaz. 

Troféus e títulos
A entrega de medalhas ou troféus é feita por correspondência. O título de Mestre em Xadrez por Correspondência é definitivo e reconhecido pela Federação Internacional de Xadrez (FIDE).


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