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Edição 70 - Janeiro/Fevereiro/Março de 2015

CULTURA (págs. 34 a 38)

A cidade por outra visão

 

“O mais importante é saber ver

O fotógrafo Cristiano Mascaro consegue transformar o ordinário de São Paulo em imagens extraordinárias


Rampa do edifício da Bienal


Criar algo a partir do nada é uma das principais motivações do fotógrafo paulista Cristiano Mascaro. “Todos nós temos algo a dizer. Como não sou pintor, escritor, cineasta ou músico, acabei descobrindo na fotografia uma forma de me expressar”, explica. E como expressa... Suas fotos transformam pai-sagens comuns, ou rotineiras para muitos, como a estação da Luz, em São Paulo, em um cenário deslumbrante, digno de filmes de suspense da década de 40.

Natural de Catanduva, no interior de São Paulo, Mascaro passou a maior parte da sua primeira infância em Campinas, onde seu pai trabalhava como diretor da Escola Normal daquela cidade. “Sou filho de professores, o que certamente muito contribuiu para minha formação”, acredita o fotógrafo, que, hoje, mora em Carapicuíba, na Grande São Paulo.



Primeira imagem, vista da Rua Líbero Badaró; acima,
Convento Nossa Sra. da Luz


A fotografia surgiu em sua vida por influência do irmão mais velho, que tinha um pequeno laboratório montado em um quartinho, debaixo da escada do sobrado em que moravam. Quando vieram para São Paulo, Mascaro, então aspirante a arquiteto, já tirava algumas fotografias.

“Resolvi, num repente, que queria ser fotógrafo ao descobrir, na biblioteca da faculdade, um livro com fotos de Henri Cartier-Bresson, cuja forma tão particular de ver o mundo me deixou bastante impressionado”, conta o fotógrafo, que se formou em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU-USP). “Foi nas aulas de História da Arte e Comunicação Visual, e na convivência com professores e artistas, quando percebi que o mais importante é ‘saber ver’”.

Na década de 1960, Mascaro foi repórter fotográfico de uma revista semanal, experiência que considera fundamental. “Saí de uma escola de arquitetura com formação artística e acadêmica, mas foi no jornalismo que aprendi a ser ‘esperto’, enfrentando todo tipo de dificuldade para fazer o que pretendia: a melhor foto desse ou daquele acontecimento”, explica, destacando que pôde trabalhar e conviver com mestres em seu ofício, o que lhe permitiu aprender muito.


Estação da Luz


Torre da igreja de Santa Efigênia


A primeira exposição, Paisagem Urbana, na Galeria Enfoco, em 1974, foi a que mais o marcou. “Maureen Bisilliat, uma das minhas mestras, tão generosa, me ajudou muito fazendo a curadoria, algo que nem tinha esse nome na época”, lembra. Dois anos depois, o fotógrafo realizou um ensaio especial para a Pinacoteca do Estado de São Paulo, sobre os bairros do Bom Retiro e da Luz.

Além de Cartier-Bresson, os fotógrafos André Kertész, Robert Frank e Sergio Larraín foram grandes influências no início de sua carreira, marcada por diversos prêmios. Recebeu, entre outros, o Bolsa Vitae de Artes, Prêmio Porto Seguro de Fotografia, Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes, Prêmio Eugène Atget e três prêmios Abril de Fotojornalismo. “Além de muito estimulantes, eles também dão certa responsabilidade”, afirma.

Sampa
São Paulo sempre esteve presente na obra de Mascaro, que gosta de andar pelas ruas, não apenas as da Capital, mas, também, de outras cidades. Nesse cenário, ele valoriza a grande diversidade e mobilidade, e nota o quanto as pessoas são pequenas quando comparadas ao espaço urbano. “Isso para mim não significa solidão, mas, talvez, certa melancolia. Sou fã do trabalho de Edward Hopper”, explica, ao ser questionado sobre o fato de as pessoas parecerem solitárias em muitos dos seus trabalhos. Hopper foi um pintor norte-americano, nascido no final do século 19, conhecido por representar, em suas pinturas realistas, a solidão na contemporaneidade.

Fazendo seu trabalho de forma independente há mais de 20 anos – seu último vínculo empregatício foi como professor da FAU-USP – o catanduvense se mantém fotografando para alguns projetos editoriais e outros encomendados, que, cada vez mais, assemelham-se ao seu trabalho pessoal. “Um privilégio conquistado, talvez por ter-me dedicado, nesses últimos 40 anos, a projetos pessoais”, comenta.


Mascaro, em sua casa na Grande São Paulo


Mascaro se alegra ao constatar que, cada vez mais, a fotografia conquista uma posição no mercado das artes, estando presente nas galerias. Com isso, os fotógrafos também estão vendendo seus trabalhos a colecionadores.

Aos 70 anos, ele acaba de terminar um trabalho que o entusiasmou. “Estive em Belém e Manaus fotografando a arquitetura construída com o dinheiro do ciclo da borracha, para o livro Palácios da Borracha, que acaba de ser lançado. Em março, abro uma exposição na Cracóvia, na Polônia, com as fotografias que fiz em Gdansk, Varsóvia, Lodz e na própria Cracóvia, a convite do Ministério da Cultura polonês”, conta.

Outro grande trabalho – que fará parte da homenagem aos 450 anos da fundação da cidade do Rio de Janeiro – o espera este ano. “Devo começar, proximamente, a fotografar o Rio de Janeiro, para a edição de um livro sobre aquela bela cidade. Mais uma vez, em parceria com Victor Burton, amigo e excepcional designer, com quem tenho trabalhado nos últimos 15 anos”. Nossos olhos agradecerão.


Skyline a partir do Brás

 

Colaborou: Rodrigo Carani

 


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