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34 • SER MÉDICO [1] WHO_I_AM/ISTOCK OPINIÃO Cremesp diz não à abertura de novas escolas médicas Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) tem acompanhado as notícias sobre o fim da moratória para a abertura de mais escolas médicas (ou do aumento significativo do número de vagas), anunciada pelo Governo Federal, no início de abril, assim como a nova portaria do Ministério da Educação (MEC) sobre o assunto. Em sua portaria nº 650/2023, ficou determinado que novas escolas poderão ser abertas em áreas de carência de médicos. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o Conselho O Irene Abramovich* reconhece a necessidade de fixar médicos em locais com menor oferta desses profissionais, de forma a não deixar a população desassistida. Contudo, evidências científicas apontam que a estratégia de abertura indiscriminada de vagas de Medicina nessas localidades é falha. Segundo dados do estudo Demografia Médica no Brasil 2023, publicado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e entidades médicas, o Brasil contava com 389 escolas médicas em 2022 que, juntas, ofereciam 41.805 vagas [1] de graduação. Desse total, 23.287 novas vagas foram abertas de 2014 em diante, após entrar em vigor a Lei do Programa Mais Médicos — que prevê a abertura de novas faculdades de Medicina, por meio de chamamento público. A rápida abertura de novas escolas, contudo, não foi acompanhada por um controle da qualidade do ensino, o que coloca em risco a população que será atendida pelos egressos, ou seja, os mais vulneráveis. Não apenas aspectos da formação médica são alvos de questionamento, mas também Faculdades de Medicina devem estar diretamente atreladas a uma estrutura de saúde e ter docentes qualificados

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