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36 • SER MÉDICO CRÔNICA mbulatório, no fim do ano. Atendimentos aos pacientes que já estavam no aguardo, cumprimentos de Feliz Natal e desejos de um próspero Ano Novo. Em uma forma espontânea de alguns expressarem o reconhecimento pelo trabalho, uma hora ganho um panetone, em outra, um vinho – e até uma bela camisa. Daí recebo uma caixa de bombons. Coloco na mesinha ao lado da mesa de consultas. Entra a próxima paciente, uma senhorinha e, entre conversas e receitas, noto que estava prestando atenção nas minhas orientações, é verdade, mas também, mantendo um olho comprido em direção aos bombons. Velhinha Os bombons do plantão do Natal Pedro Sinkevicius Neto* A simpática, querida... O espírito natalino e a empatia aguçam a emotividade... Alcanço a caixa, abro e ofereço para ela escolher, já lhe dizendo “Feliz Natal”. Ela escolhe um, sorri, desembrulha, dá uma mordida e sai saltitante, feliz, saboreando o chocolate. Dou uma longa olhada nas versões e sabores contidos naquela caixa. Um mais gostoso que o outro. “Quem sabe só um agora?”. Bom, preciso seguir atendendo. Ao chamar o próximo paciente da sala de espera, noto que este reparou que a anterior saiu comendo um bombom. Daí não me resta outra saída senão oferecer. E, é claro, recebo em troca um “aceito” e um “muito obrigado” sinceros. Não sei se foi impressão minha, mas parece que o paciente seguinte também ficou com vontade do chocolate. Então, sorrio, desejo um Natal cheio de paz e digo: — O senhor aceita um bombom? Isso aconteceu com o outro, e depois, com os outros. Resigno-me. Mais vale um presente inesperado, direcionado como uma espécie de “mimo” aos meus atendidos no Natal, do que guardar a caixa inteira só pra mim. E a caixinha foi diminuindo, sendo consumida... Quando estava quase acabando, revela um bombom do qual sou fã! Pego e reservo em meu bolso. E, os últimos pacientes, cada qual ao seu momento, acabaram recebendo o

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