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40 • SER MÉDICO [3] FOTO: OSMAR BUSTOS HOBBY no mínimo, uma pessoa, já estaria ótimo”, explica. Ele não tinha a intenção de se tornar um chefe de cozinha e abrir um restaurante, nem de monetizar em cima da visibilidade que tinha acabado de conseguir. Afinal, não desejava mudar de profissão e, desta maneira, conseguia agregar a medicina e a gastronomia. Atualmente, possui mais de 182 mil seguidores que acompanham seu conteúdo no Instagram, plataforma na qual compartilha suas ideias, receitas e fatos interessantes de suas viagens. Assim, mantém uma relação tranquila com os usuários no aplicativo, sem nenhuma obrigação profissional. Além de seu alcance nas redes sociais, também teve a oportunidade de iniciar sua participação no programa Mulheres, da TV Gazeta, onde mostra algumas de suas receitas, de 15 em 15 dias, atingindo também a população em geral. PESQUISA E TRABALHO VOLUNTÁRIO Em seu laboratório, começou a desenvolver pratos usando cascas, folhas, troncos e raízes com a intenção de inspirar as pessoas a aproveitarem todas as partes dos alimentos, além de mudarem seu estilo de vida, fato que, segundo ele, faz parte do tratamento de mais de 60% das doenças crônicas. Lee considera a insegurança alimentar e a fome problemas muito graves e, por isso, busca alertar para o “desperdício”, trabalhando como embaixador dos projetos “Agrofavela-Refazenda” e “Mãos de Maria”, de hortas e marmitas. Em paralelo a esses trabalhos, participa da equipe que coorganiza, desde 2018, a disciplina optativa de Medicina Culinária, que ocorre uma vez por ano, na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), criada pela profa. dra. Thais Mauad. “Dessa forma, consegui juntar ainda mais meu hobby e a medicina”, relata. O pesquisador acredita ser fundamental que as pessoas comecem a cozinhar em casa e se sintam confortáveis dentro da cozinha. Isso além da importância, do ponto de vista médico, das técnicas da gastronomia, estimulando os alunos a terem contato com elas, sempre com um viés científico. A disciplina, de acordo com Lee, também pode ajudar a deixar mais próxima a relação médico- -paciente, já que conversar sobre alimentação com o atendido pode influenciá-lo a aderir à sua “prescrição”, que consiste nos comportamentos alimentares que as pessoas devem ter. A UNIÃO TRAZ A FELICIDADE Lee afirma que muitos médicos são como ele e têm como hobby a gastronomia, já que lidam com o sofrimento diariamente, e o ato de cozinhar é, também, um exercício de amor, unindo as pessoas e deixando-as alegres. “A transmissão dessa alegria ajuda os pacientes a se sentirem mais integrados a seus tratamentos. Medicina não é só prescrever remédio, é envolver o seu paciente no tratamento, fazendo que ele cuide de si, integralmente, além de empenhar-se no combate à sua doença. A gastronomia é fundamental para isso”, receita o médico.  Lee trata a cozinha como um verdadeiro laboratório [3]

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