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1 0 • S E R M É D I C O [3] FOTO: OSMAR BUSTOS E N T R E V I S TA | Q U I R I N O C O R D E I R O J Ú N I O R transtornos mentais, decorrentes do uso abusivo de álcool e drogas. Agora, basta apenas seguir as normas já existentes. Ser — Em relação às diretrizes da nova Política Nacional de Saúde Mental, implantada pelo Governo Federal, após a pactuação na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) do Sistema Único de Saúde (SUS), em 2017, quais os principais avanços? O que mais precisa ser feito? Quirino — Quando fui coordenador-geral de Saúde Mental do Ministério da Saúde, entre os anos de 2017 e 2018, trabalhei para que mudanças importantes fossem realizadas. Naquele momento, os indicadores dessa política pública eram muito ruins: crescimento sustentado das taxas de suicídio; aumento de indivíduos com transtornos mentais graves e dependência química em situação de rua; encarceramento e aumento da mortalidade desses pacientes; superlotação de serviços de emergência, com pacientes aguardando vaga para internação; aumento do uso abusivo de drogas e dependência química no País; crescimento e expansão das cenas abertas de uso de drogas; e aumento de pacientes afastados pela Previdência Social, principalmente por depressão e dependência química. Os serviços que já compunham a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) foram mantidos. A eles foram acrescentados outros tantos, tais como ambulatórios de saúde mental, hospitais psiquiátricos e hospitais-dia. Eles tinham sido retirados da RAPS, de maneira absolutamente irresponsável, o que havia levado ao fechamento de vários desses importantes serviços em todo o País, ocasionando desassistência aos pacientes e seus familiares. Além disso, criamos uma nova modalidade de Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD), o CAPS AD-IV, voltado a regiões de cenas abertas de uso de drogas, com funcionamento 24 horas e presença obrigatória de equipe multiprofissional, incluindo médicos. E os leitos de Psiquiatria em hospitais gerais passaram a funcionar, obrigatoriamente, em enfermarias, com a presença de equipe especializada, incluindo psiquiatras. [3] Desde o ano de 2017, novas normativas foram publicadas, com o objetivo de corrigir falhas e suprir carências na assistência psiquiátrica “Os problemas motivados pelas drogas têm alcançado cada vez mais pessoas na sociedade, porém com predileção pelos adolescentes”

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