S E R M É D I C O • 1 1 [4] FOTO: OSMAR BUSTOS [4] Ser — O atendimento promovido pela RAPS — que inclui desde os CAPS, serviços residenciais terapêuticos e leitos em hospitais gerais, entre outros — está bem estruturado no Estado? Ele é suficiente para a atenção à saúde mental da população? Quirino — Para que o tratamento dos pacientes com transtornos mentais decorrente do uso de substâncias químicas seja cada vez mais efetivo e integral — dando conta de diferentes necessidades nas distintas fases de suas doenças —, é fundamental que haja sempre a construção de uma rede assistencial de saúde ampla, composta por serviços plurais e em quantidade suficiente. Além disso, é importante que exista grande articulação da RAPS com outras redes de cuidados, como a socioassistencial. Outra meta que precisa ser sempre perseguida é o incremento constante da qualidade do profissional de saúde, incluindo, obviamente, o médico psiquiatra, que trabalha no tratamento dos pacientes no SUS. Além disso, outros dois pontos são cruciais para a melhoria do tratamento dos pacientes, como o estabelecimento de diretrizes clínicas e de linhas de cuidado, embasadas em critérios técnico-científicos; e realização de acompanhamento e monitoramento da RAPS, com metas e indicadores qualitativos e quantitativos. Todos esses tópicos fazem parte da nova Política Nacional de Saúde Mental. Os frequentadores da Cracolândia são escravos da doença e dos traficantes, muitas vezes com o beneplácito de grupos e de organizações que supostamente os defendem, segundo Cordeiro Júnior NOVO HUB DE CUIDADOS EM CRACK E OUTRAS DROGAS EM SÃO PAULO O Hub* de Cuidados em Crack e Outras Drogas é a nova porta de entrada para o tratamento da dependência química, e serviço organizador da trajetória terapêutica dos pacientes, visando à sua plena recuperação. Inaugurado em abril deste ano, após reforma das antigas instalações do Cratod, sob a gestão da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), a unidade realiza atendimento gratuito a pessoas que apresentam quadros graves decorrentes do uso abusivo de álcool e drogas, com demandas complexas de cuidado e tratamento. O objetivo é acolher esses pacientes, estabilizar os quadros mais agudos (psiquiátricos e clínicos) e os encaminhar para que deem continuidade ao tratamento em outros serviços de saúde e, também, de desenvolvimento social. O serviço funciona em regime de plantão ininterrupto (porta aberta), contando com mais de 40 médicos, em seu corpo clínico, e um total de 41 leitos, distribuídos em duas enfermarias de observação para estabilização de pacientes. Conta também com equipes de profissionais que realizam abordagens a pessoas em situação de rua, para mobilizá-las e levá-las para atendimento no serviço. *Hub é um conceito que designa um lugar ou espaço que agrega vários serviços ou produtos ao mesmo tempo.
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