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S E R M É D I C O • 1 7 [2] FOTO: OSMAR BUSTOS para induzir uma convulsão terapêutica, é uma técnica que tem mostrado ser eficaz no tratamento da depressão resistente e de outros transtornos mentais graves. No entanto, pode estar associada a efeitos colaterais, como perda de memória e confusão temporária. A EMT é uma técnica não invasiva que utiliza campos magnéticos para estimular áreas específicas do cérebro, com o objetivo de melhorar os sintomas da depressão e de outros transtornos mentais. Aprovada desde 2012 para uso clínico, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a EMT tem sido eficiente no tratamento da depressão resistente, apresentando poucos efeitos colaterais. Estudos recentes mostram uma remissão de até 90% com protocolos avançados. Dentre as técnicas experimentais e investigativas, a MST utiliza um campo magnético de alta intensidade para induzir convulsões terapêuticas, sem a necessidade de aplicar corrente elétrica no cérebro. A MST é promissora no tratamento da depressão resistente, com menos efeitos colaterais do que a ECT. Já a ETCC utiliza uma corrente elétrica de baixa intensidade para estimular áreas específicas do cérebro, visando melhorar os sintomas da depressão e de outros transtornos mentais. A técnica vem apresentando bons resultados no tratamento da depressão resistente, com poucos efeitos colaterais. No entanto, ainda está em fase de estudos e requer mais pesquisas para avaliar sua eficácia a longo prazo. Por fim, a ECP é uma técnica que consiste na implantação de um dispositivo no cérebro, que estimula áreas cerebrais específicas com corrente elétrica. A intervenção tem sido utilizada no tratamento de transtornos, como doença de Parkinson e epilepsia, e é estudada como opção terapêutica para a depressão resistente. No entanto, é uma técnica invasiva que apresenta riscos de efeitos colaterais, como infecções e sangramentos. TREINAMENTO Em resumo, existem várias técnicas intervencionistas disponíveis atualmente para o tratamento da depressão resistente e outros transtornos mentais, cada uma com suas vantagens e desvantagens. É importante que o psiquiatra seja treinado e avalie cada uma delas. Desde 2020, oferecemos o primeiro fellowship em Psiquiatria Intervencionista do Brasil, no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq/HC-FMUSP). Esse programa conta com duração de um ano e oferece treinamento prático aprofundado na área. Os participantes ainda circulam pelo Serviço de Cetamina, que também tem se revelado um tratamento altamente eficaz para depressão.  *Professor doutor da FMUSP; coordenador do fellowship em Psiquiatria Intervencionista e diretor do Serviço Interdisciplinar de Neuromodulação do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP. Pesquisador, com artigos publicados nas revistas Lancet e New England Journal of Medicine [2] Brunoni junto ao equipamento de Estimulação Magnética Transcraniana do IPq/HCFMUSP

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