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S E R M É D I C O • 1 N E S TA E D I Ç Ã O Neurociência tem feito avanços significativos no estudo do cérebro humano, revelando aspectos importantes sobre seu funcionamento, o que tem possibilitado à Psiquiatria ampliar seu leque de opções para o tratamento das doenças mentais. Por exemplo, as tecnologias de imagem, como a ressonância magnética funcional (fMRI), que permite mapear a atividade cerebral em tempo real e identificar áreas específicas associadas a funções mentais e comportamentais; o avanço nas intervenções cirúrgicas ou, ainda, o desenvolvimento da interface cérebro-máquina, possibilitando que sinais cerebrais sejam usados para controlar dispositivos externos. Mas, se por um lado a Neurociência tem contribuído significativamente para a compreensão e o desenvolvimento de intervenções terapêuticas mais eficazes — em doenças como o Alzheimer, Parkinson, esquizofrenia e depressão —, por outro, narrativas ideológicas e ações que violam o exercício do Ato Médico colocam em risco a melhoria dos serviços de atendimento a pacientes com doenças mentais. Esta edição da Ser Médico traz essa discussão, abordando temas polêmicos e sensíveis, como, por exemplo, os que envolvem a luta antimanicomial e a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que, por meio da Resolução n.º 487, determina o fechamenJá História apresenta uma interessante explanação desde os primórdios da Neurociência até a Psiquiatria Invasiva. Por sua vez, as técnicas intervencionistas para o tratamento de transtornos mentais, como a depressão resistente, são focalizadas em Panorama e Vanguarda. A revista destaca também, em Tecnologia, importantes reflexões sobre os desafios éticos relacionados ao compartilhamento de dados em Saúde, em face da nova Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e do uso de Inteligência Artificial. Em Medicina no Mundo, o colega encontrará alguns temas candentes da profissão, como a "névoa cerebral" em covid-19. A matéria de Gourmet faz uma saborosa viagem pelas diversas influências que ajudaram a moldar o reconhecimento da cidade de São Paulo como capital gastronômica. O leitor também vai conhecer um pouco da história de um médico que voltou a pintar quadros durante a pandemia, retomando o Hobby que havia abandonado há décadas. Boa leitura!  Wagmar Barbosa de Souza Coordenador da Assessoria de Comunicação to dos hospitais de custódia até maio de 2024, na seção Em Foco. A medida motivou uma nota de repúdio do Cremesp, que — juntamente com outras entidades da Medicina — solicitou a sua suspensão. O fechamento desses locais especializados coloca em xeque o tratamento psiquiátrico de pessoas consideradas de alta periculosidade, que se encontram internadas por terem cometido crimes. A normativa, que foi editada sem a necessária discussão com a área médica, oferece sérios riscos à saúde e à segurança, tanto desses pacientes como da sociedade em geral. Para contribuir com o debate em torno do acolhimento e da assistência em saúde mental, entrevistamos o psiquiatra Quirino Cordeiro Júnior, diretor do novo Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas do Estado de São Paulo — serviço criado em substituição ao antigo Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod). Crítico do antigo modelo, ele fala sobre a nova estratégia de assistência e das diretrizes de atendimento aos usuários de drogas que frequentam a Cracolândia, um grave problema de Saúde e Segurança Pública, na cidade de São Paulo. Cordeiro Jr. acredita que a solução passa, necessariamente, pela construção de uma rede assistencial ampla, com serviços plurais, e articulada com outras, de cuidados, como a socioassistencial. A [1] FOTO: OSMAR BUSTOS [1] AVANÇOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS A SERVIÇO DA SAÚDE MENTAL

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