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S E R M É D I C O • 1 3 também nos Estados Unidos. Em agosto de 1968, foi fundado o American College of Emergency Physicians (Acep), com o preceito de que médicos deveriam ser treinados na especialidade. Isso começou com reuniões pequenas ou cursos de um mês em centros médicos acadêmicos, mas tornou evidente que a única maneira de capacitar profissionais seria por programa formal de Residência Médica. Assim, os pioneiros da ME estruturada e sistematizada foramos EUA e Reino Unido, seguidos pelo Canadá e pela Austrália. “O Reino Unido e os EUA foram os precursores da ME como especialidade primária em Medicina, totalmente aprovada pelos seus governos”, conta Ffion Davies, atual presidente da International Federation for Emergency Medicine (Ifem). Segundo ela, que também é médica do University Hospitals of Leicester, no Reino Unido, mais de 70 países contam atualmente com ME, sendo que, entre eles, há os que a adotam como área de atuação, por exemplo, da Medicina Intensiva, Medicina Interna ou Pediatria. Ffion explica que a jornada política em defesa da ME foi muito rápida nesses países, assim como na Nova Zelândia. O processo também está acelerado em países como África do Sul, Singapura, além de RECURSOS EM EMERGÊNCIA O avanço na assistência em emergência — e de uma especialidade na área — dependeu da disponibilização de meios e estratégias para um atendimento mais rápido e efetivo aos pacientes. Ambulâncias Sua história começou na Antiguidade, com a utilização de carrinhos para transportar pacientes. Já em 1487, carruagens com camas especiais foram utilizadas como transporte de emergência, durante o cerco de Málaga, pelos monarcas católicos, contra o Emirado Nacérida de Granada, na região que hoje pertence à Espanha. Tais veículos foram operados até a década de 1830, e os avanços da tecnologia ao longo dos séculos 19 e 20 levaram às modernas ambulâncias. Transporte aeromédico A primeira missão oficial de ambulância aérea foi registrada em 1917, na Turquia, quando uma aeronave britânica transportou um soldado baleado para um hospital em 45 minutos. No entanto, a maioria dos historiadores acredita que, na prática, o transporte médico começou antes, no início da Primeira Guerra Mundial, quando um oficial sérvio foi transportado em um avião do serviço aéreo francês do campo de batalha para o hospital. Depois da guerra, os registros franceses relataram que as ambulâncias aéreas reduziram a taxa de mortalidade de soldados feridos de 60% para 10%. Protocolo de Manchester Uma etapa muito importante desse processo abarca o Protocolo de Manchester, que recebeu esse nome por causa da cidade britânica em que foi criado, a partir de um trabalho colaborativo de médicos e enfermeiros entre 1994 e 1995. Trata-se de um método de triagem de pacientes que os classifica de acordo com a gravidade de seu quadro clínico, fazendo com que aqueles com problemas que representem risco de morte sejam atendidos primeiro. Hong Kong e algumas outras regiões do Oriente Médio, da África subsaariana e da Ásia. Contudo, a percepção de que a especialidade é primordial, bem como seu papel como “porta de entrada”, foi heterogênea entre os países. Em certos contextos, foi a partir da Medicina de Família; em outros, em cirurgia, atendimento pré-hospitalar ou cuidados intensivos. Inicialmente, nos Estados Unidos, a American Medical Association (AMA) relutou em aceitar um programa de residência específico em ME, limitando o curso a um certificado de formação especial. A Residência Médica em ME finalmente foi aprovada em 1970,

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