D O S S I Ê : M E D I C I N A D E E M E R G Ê N C I A | E M F O C O 2 2 • S E R M É D I C O facilitaria o trabalho do pediatra; assim como entregar um paciente já diagnosticado e com os primeiros tratamentos instituídos ajudaria, em muito, nas condutas do intensivista. Era importante esclarecer que a Medicina de Emergência não vinha para ocupar espaço de outras especialidades, mas aquele que ainda não estava instituído, por falta de entendimento sobre sua necessidade. Outro desafio dos primeiros anos da ME era justamente fazer o residente compreender seu papel e perfil como médico. A empolgação que os atendimentos de emergência suscitam em estudantes e recém-formados em Medicina, muitas vezes, é uma espécie de paixão avassaladora, mas, quando passa, coloca-os diante de uma realidade muito diferente da fantasia criada. Enquanto formadores, temos a responsabilidade de transformar a paixão em amor duradouro, demonstrando que a Medicina de Emergência vai além de escalas de plantão de 12 ou 24 horas e que o campo para crescimento e atuação do emergencista é amplo. PADRONIZAR É PRECISO Um grande desafio a ser superado pelas residências em ME recém-criadas refere-se à padronização. Em um país continental como o Brasil, o estabelecimento de uma nova especialidade médica, liderado por supervisores com formações e experiências diferentes — mesmo com semelhanças —, repercutiu na estruturação, nos modelos de formação profissional e nas rotinas diárias, que tiveram diversificações. Em alguns serviços era possível encontrar residentes de emergência em escalas de outras áreas Residentes em Medicina de Emergência por nível de formação - 2021 R1 R2 R3 170 118 89 PERÍODO QUANTIDADE 377 residentes ativos 53 programas aprovados demais — diagnosticando, tratando e estabilizando pacientes em estado criticamente grave, que, depois, teriam sua sequência de cuidados por outros especialistas. Nesse início, procurávamos demonstrar aos cirurgiões e ortopedistas que levar um paciente hemodinamicamente estável ao centro cirúrgico era o melhor para o caso; que transportar uma criança ao hospital, já estabilizada, [3] Entregar um paciente já diagnosticado e com os primeiros tratamentos instituídos ajudaria, em muito, nas condutas do intensivista [3] FOTO: OSMAR BUSTOS
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