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S E R M É D I C O • 2 3 [4] HISPANOLISTIC/ISTOCK da Medicina ou em escala única predeterminada. Tal fato é reflexo da pluralidade e da falta de padronização dos departamentos de emergência brasileiros. Nos últimos anos, a Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) tem atuado ativamente para enfrentar essa situação, criando grupos de discussão, entre supervisores, ex-residentes e residentes, com a intenção de incorporar, cada vez mais, diretrizes para atualizar e guiar os novos programas que estão surgindo. MERCADO DE TRABALHO Com o passar dos anos, os primeiros médicos emergencistas formados nos grandes centros de ensino e assistência do País começaram a entrar no mercado de trabalho, revelando o que talvez possa ser considerado o Era importante demonstrar que a Medicina de Emergência não vinha para ocupar espaço de outras especialidades, mas aquele que ainda não estava instituído maior diferencial desse profissional. Enquanto o especialista formado por outras residências trabalhava em ambulatórios, enfermarias e unidades de terapia intensiva, “fazendo bicos” em departamentos de emergência, o emergencista entrava no mercado com as premissas de que “esse é o meu lugar”, “aqui pretendo fazer minha carreira”. Esse diferencial chamou a atenção de um mercado que, por muitos anos, foi pautado por escalas “cíclicas”, com médicos sendo treinados, em protocolos, serviços e padrões de qualidade, para escolher “empregos de verdade”, abandonando os serviços de emergência. A dedicação à emergência, como parte de uma equipe, abriu portas para os emergencistas na maioria de grandes serviços médicos brasileiros, especialmente da medicina privada. Atualmente, é cada vez mais comum ter emergencistas em cargos de supervisão, de diaristas assistenciais e de ensino. Desde o início até os dias atuais, a Medicina de Emergência se apresenta como uma especialidade mais do que necessária no Brasil, capaz de se adaptar às enormes diferenças regionais. Ao mesmo tempo, a especialidade busca instrumentalizar e levar, ao ambiente dos departamentos de emergência, uma ciência médica de ponta, acadêmica e baseada em evidências científicas, o que torna o médico emergencista brasileiro um especialista singular dentro do sistema de saúde de nosso País.  *Especialista em Medicina de Emergência, ex-supervisora do Programa de Residência Médica em Medicina de Emergência do Hospital Santa Marcelina e conselheira do Cremesp. **Especialista em Medicina de Emergência e professor na Universidade Federal do Piauí. [4] Enquanto o residente de outras especialidades consideram o departamento de emergência como um "bico", o emergencista o reconhece como "o meu lugar"?

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