S E R M É D I C O • 2 5 O primeiro programa de residência em Medicina de Emergência do mundo começou em 1970, na University of Cincinnati. Já o primeiro departamento de ME em uma faculdade surgiu em 1971, na University of Southern California. Em 1975, já existiam, ao todo, 31 programas de residência na área, em todo o território norte-americano. No Brasil, foi criada, em 1992, a primeira disciplina de Medicina de Emergência em uma universidade, a disciplina de Emergências Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Fmusp), por meio do professor Irineu Tadeu Velasco. Recentemente, também de maneira pioneira, essa disciplina passou a ter a primeira professora titular de Medicina de Emergência, Ludhmila Abrahão Hajjar (veja a entrevista das págs. 6 a 11 desta edição). O primeiro programa de residência em Medicina de Emergência surgiu no Rio Grande do Sul, em 1996. Porém, na época, infelizmente, sequer pôde ser denominado como residência devido à ausência de uma especialidade de ME no Brasil. Finalmente, em 2008, foi fundada a Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), representando a ME brasileira. Porém, o reconhecimento da especialidade ocorreu apenas em 2015, após reuniões entre o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Desde então, a participação de médicos emergencistas em todo o Brasil e no exterior tem se consolidado. A recente e catastrófica pandemia de covid-19 evidenciou ainda mais a importância e o papel-chave desses profissionais também na linha de frente, no reconhecimento e no atendimento adequado de eventos pandêmicos, assim como em desastres e catástrofes. Foi visto, in loco, que a atuação de profissionais treinados no manejo de vítimas em estado grave, aliada à capacidade de gerenciamento de situações de difícil cenário e poucos recursos, era o caminho para que o sucesso assistencial fosse alcançado. Muitos serviços que contavam com emergencistas na primeira frente de atendimento mostraram resultados surpreendentes na assistência a pacientes em estados mais graves e, inclusive, na triagem daqueles com potencial risco de piora. Avanço técnico e educacional Atualmente, fazem parte do avanço da especialidade, nos campos técnico e educacional, cerca de 70 programas de residência em todo o País; congressos bienais, brasileiros e regionais, de ME; provas anuais para titulação de especialistas; provas da Abramede em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) para concessão de Título de Emergência Pediátrica, Título Superior de Medicina de Emergência (TSME) e fellow da Abramede. O grande desafio é profissionalizar os médicos que atuamemME e, para isso, o incentivo à efetivação da titularidade Valorizar a especialidade é valorizar também uma das principais portas de entrada de pacientes no sistema de saúde [2] IPOPBA/ISTOCK O emergencista desenvolve várias habilidades e atende pacientes com necessidades imediatas [2]
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