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3 8 • S E R M É D I C O [3] ARQUIVO PESSOAL/ALAN MERCADANTE ISOLDI H O B B Y sido notadas externamente, nas formas de agradecimento dos pacientes, comentários positivos da enfermagem e felicitações de hospitais de referência pela boa condução inicial dos casos. Poucas pessoas sabem que a doutora surfa. Para ela, chega a ser engraçado encontrar alguém no mar e depois no hospital. “O surfe é bem-conceituado na cidade e, a partir do momento que descobrem que você também curte o esporte, é algo bem aceito e veem como uma ligação positiva. No hospital, entendem que é melhor um profissional que mantém um hobby saudável e equilibra sua saúde mental do que outro que atua 24 horas estressado, com pior cognição”, compara. PROJETO COLETIVO Amanda não está sozinha nesta empreitada. Há sete médicos emergencistas na escala da Santa Casa com a mesma filosofia de exercer uma boa carreira, usufruir da natureza e melhorar a saúde no litoral paulista. “Queremos desconstruir a ideia de que Medicina é um sacerdócio. Temos a oportunidade de desenvolver uma carreira trabalhando naquilo que a gente gosta e em Ubatuba. A cidade era muito carente de profissionais da área e, aos poucos, vem agregando mais médicos emergencistas, atraídos pela especialidade e pela qualidade de vida local”, diz o colega Alan Mercadante Isoldi. Alinhado a essa nova onda, o médico, de 32 anos — “R menos” de Amanda na Unifesp —, se envolveu com o surfe aos 12, quando ouviu seu tio Armando relatar algumas façanhas do esporte. Curioso, foi aos poucos se apaixonando e hoje até lhe soa estranho referir-se à sua prática como um hobby. Desde essa época, sempre que tinha um tempo livre em Jacareí, onde nasceu, como férias e fins de semana, inevitavelmente corria para o mar. Aliando a área da saúde, que tinha como opção de trabalho, a uma vida de acordo com suas próprias demandas, de forma livre e autônoma, fez a opção pela Medicina. Ingressou na Faculdade de Medicina de Marília (Famema) e foi morar no interior, mas quinzenalmente ia de ônibus para Ubatuba. Saía à noite, às 23 horas, e chegava às 8 horas diretamente para surfar. Assim que se formou, em 2018, tratou de mudar-se definitivamente para o litoral norte — depois de já ter surfado por todo o litoral brasileiro. Em uma das vezes, foi de carro, acampando e pegando onda, até Itacaré (BA). Sem saber ainda o que queria da Medicina, trabalhou por dois anos em instituições, como o Hospital Regional do Litoral Norte, em Caraguatatuba, o Hospital São Sebastião e a própria Santa Casa de Ubatuba. “Fiquei um tempo até definir-me pela Medicina de Emergência, que me dá oportunidades inclusive de atuar em áreas remotas”, diz ele. Uma ideia tentadora para quem já viajou quase o mundo todo, incluindo uma aventura com três amigos em um motorhome, por 50 dias, na Austrália, entre o primeiro e o segundo ano da faculdade, sem Aliar a carreira na Medicina com qualidade de vida é o sonho de muitos, que se concretizou para os médicos Amanda Steil e Alan Mercadante Isoldi, emUbatuba Desde o início da carreira médica, Isoldi procurou trabalhar perto do mar [3]

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