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S E R M É D I C O • 3 9 dinheiro, mas com muita vontade de surfar na imensa faixa litorânea de um dos melhores destinos do mundo. O esporte também já levou o médico a morar em um barco nas Ilhas Maldivas, local paradisíaco em que ficou 22 inesquecíveis dias, em 2019. “Fiquei em conexão com muitas pessoas diferentes de mim, mas que têm a mesma filosofia de priorizar a saúde e o bem-estar”, comenta. LIVRE,MASCOMRESPONSABILIDADE “Os médicos, em geral, têm conceitos enrijecidos por preceitos antigos, mas o que vem acontecendo é que muitos já começam a ter uma outra visão sobre si mesmo e o outro que possui um estilo de vida mais saudável, sem a obsessão pelo trabalho. Aos poucos, vamos conseguindo obter o respeito dos colegas. Podemos ser bons no que fazemos e ter boas condições de saúde física e mental”, argumenta o médico, que tem o apoio da família, acostumada a seu estilo livre, mas com responsabilidades. Atualmente, Isoldi finaliza o R3 em Medicina de Emergência, na Unifesp, em São Paulo, durante a semana. E, se não tem plantão, vai surfar. Ou então mergulhar, seja de snorkel ou cilindro. Às vezes, ainda, pratica paraquedismo. Ele gosta do surfe tradicional, de performance, o chamado shortboard, que, como o nome sugere, é praticado com pranchas menores, para quem já tem experiência. São as pranchas utilizadas pelos atletas Gabriel Medina e Filipe Toledo, atual campeão mundial de surfe, com quem já teve o privilégio de quebrar onda. “O surfe é um esporte democrático em que você pode estar em uma praia e surfar a mesma onda que um campeão, o que seria diferente no futebol, em que há chance reduzida de se jogar bola com o Neymar”, compara. Alan já participou de alguns campeonatos — apenas pelo espírito de confraternização e diversão —, incluindo um torneio só para médicos, que acontece no mês de junho, promovido pela Associação Ubatuba de Surf (AUS). [4] ARQUIVO PESSOAL/ALAN MERCADANTE ISOLDI [5] ACERVO MEMORIAL GUIDO SCHAFFER MÉDICO BRASILEIRO PODE SER O PRIMEIRO SANTO SURFISTA O médico fluminense Guido Schäffer pode se tornar o primeiro santo surfista do mundo. O papa Francisco reconheceu suas “virtudes heroicas” em maio deste ano, autorizando a beatificação do brasileiro, que morreu aos 34 anos. Ainda estudante de Medicina, ingressou no seminário para se tornar padre e, após formado, atuou na Santa Casa e nas ruas e realizava trabalho de prevenção e tratamento de pacientes portadores de HIV nas comunidades carentes do Rio de Janeiro. Ele faleceu no mar, em 2009, ao ser atingido pela sua prancha de surfe.  Segundo Isoldi, os médicos começaram a valorizar um estilo de vida mais saudável [4] [5]

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