S E R M É D I C O • 7 [1] ARQUIVO PESSOAL/LUDHMILA HAJJAR [1] Ser Médico – Qual é o papel da Medicina de Emergência no atendimento à saúde? Ludhmila Hajjar — Podemos definir a Medicina de Emergência como a abordagem e o manejo das situações que representam um risco imediato à vida. Ou seja, é uma necessidade que pode atingir todo mundo. Com o envelhecimento da população e o aumento da complexidade das doenças, a especialidade é ainda mais essencial para mantermos nossa população protegida. Essa constatação fez com que fosse necessária a criação de uma especialidade específica, que é a Medicina de Emergência. Ser — A sra. recém assumiu o cargo de docente titular da disciplina de Emergências Clínicas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-Fmusp). Quais são suas expectativas e os desafios neste novo momento? Ludhmila — Estou muito feliz. Sonhei muito com isso desde o início da minha residência em Clínica Médica, quando tinha 22 anos, no HC-Fmusp, em 2001. Minha formação e carreira foram todas voltadas para o paciente grave. Trabalhei na área crítica vislumbrando um dia poder estar à frente dela, com a possibilidade de atuar fortemente para o fortalecimento da especialidade, para a colocação do Brasil como um dos países de fronteira do conhecimento nessa área. Tenho certeza de que podemos fazer isso. Como professora titular, é de minha responsabilidade enfrentar o desafio de atuar para que o ensino da ME cresça e a especialidade tenha seu valor reconhecido, para que o residente da especialidade tenha orgulho dela, disponha de um local adequado no mercado de trabalho e seja valorizado. Quando falo de ensino, não me refiro apenas à residência, mas também à graduação, implementando a ME desde o início da formação do futuro médico e também na pós-graduação, com mestrado profissional, doutorado e docência na área. Meu desafio é grande e tenho certeza de que é possível alcançar essas metas. Existem muitas pessoas e serviços no Brasil já vocacionados para isso, mas acho que a liderança de uma universidade como a USP e seu HC — com toda sua complexidade, enormidade de leitos e quantidade de atendimentos de emergência — pode fortalecer a formação humana e a divulgação e disseminação do conhecimento especializado em uma área tão fronteiriça da Medicina. Ser — Sendo uma especialidade nova, a sra. acredita que a gestão na Medicina de Emergência seja um desafio mesmo em uma instituição grandiosa como o HC? Ludhmila: "precisamos aumentar o número de serviços e de especialistas, assim como internacionalizar mais a ME por meio de colaborações científica e assistencial"
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