1 8 • S E R M É D I C O D O S S I Ê : TR AN S P LANT E S E DOAÇÃO D E ÓRGÃOS | E M F O C O [1] MANIPULAÇÃO DE IMAGEM DO MICROSTOCKHUB/ISTOCK [1] oferta de órgãos é menor do que a demanda — isso é fato. Como qualquer bem finito, esse também será alocado de acordo com critérios objetivos, ainda que se possa alegar sua importância direta à vida humana. São os países que estabelecerão as normas sobre quem receberá antes um recurso capaz demudar trajetórias individuais e das pessoas próximas ao paciente. Valores culturais e religiosos, entre outros, têm peso nas escolhas, mas ponderações éticas e bioéticas devem ser usadas para que isso aconteça da forma mais justa possível. Há muito são buscadas soluções aos dilemas voltados à doação e ao transplante de órgãos no Brasil. Edson Umeda* e Concília Ortona Reyes** A Ética e bioética, o cerne das reflexões Exemplo disso aconteceu em um encontro em São Paulo, em dezembro de 1986, reunindo os médicos: Euryclides Zerbini, que discursou a respeito das diferentes áreas de transplante de órgãos; Adib Jatene, sobre os transplantes de coração; Emil Sabbaga, abordando os transplantes de rim; Silvano Raia, transplantes de fígado; Tadeu Cvintal, transplantes de córnea; Urio Mariano, transplantes de tecidos; e Jorge Kalil, imunologia. Nessa importante reunião — que deu origem à Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) — foram analisadas as estatísticas, a situação brasileira dos transplantes na época e, um ponto comum em todas as falas, as dificuldades
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