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2 4 • S E R M É D I C O D O S S I Ê : TR AN S P LANT E S E DOAÇÃO D E ÓRGÃOS | VA N G U A R D A quisadores ao redor do mundo. Simultaneamente, dedicamo-nos a pesquisas de aplicação clínica da plataforma, com um enfoque especial no tecido cardiovascular, buscando transformar a história natural dos pacientes cardiopatas. Embora a biofabricação, especialmente a que ocorre através de técnicas de bioimpressão, seja uma inovação recente impulsionada por startups e empresas de biotecnologia, suas raízes remontam a mais de duas décadas. Uma figura proeminente nesse campo é Anthony Atala, do Wake Forest Institute for Regenerative Medicine, pioneiro no desenvolvimento de técnicas de biofabricação. O laboratório de Atala conseguiu, já em 2006, desenvolver e transplantar órgãos biofabricados, como bexigas e uretras, em humanos. Os pacientes beneficiados por bexigas biofabricadas experimentaram melhorias significativas, incluindo redução na pressão de enchimento da bexiga, aumento da capacidade vesical e diminuição de episódios de incontinência. Além disso, avanços notáveis foram alcançados na reconstrução de tecidos como cartilagem, osso e vasos sanguíneos. Esses progressos foram viabilizados por técnicas que envolvem a coleta de células precursoras ou células-tronco do paciente, o cultivo dessas células em laboratório — seja sobre um scaffold com a forma desejada, seja por meio de bioimpressão — e a subsequente implantação cirúrgica do tecido biofabricado no paciente. Essa abordagem oferece vantagens significativas em relação aos métodos tradicionais de transplante, superando não apenas a escassez de doadores, mas também o risco de rejeição do órgão transplantado. Para que a biofabricação atinja seu pleno potencial, é crucial ter os componentes certos: as células e os biomateriais adequados. Os biomateriais devemmimetizar perfeitamente a matriz extracelular, proporcionando um ambiente que suporte o crescimento celular e promova a funcionalidade do tecido ou órgão fabricado. Os avanços na ciência dosmateriais permitirão, ainda, o desenvolvimento de biomateriais inteligentes que respondem dinamicamente ao ambiente, liberando fatores de crescimento ou alterando suas propriedades em resposta a sinais biológicos. Por outro lado, as células representam o maior desafio atual, devido às dificuldades em extrair, expandir e diferenciá-las em escala. Para superar algumas dessas dificuldades, o desenvolvimento de linhagens celulares — com capacidades aprimoradas de sobrevivência e integração quando incorporadas em tecidos bioartificiais — deverá experimentar um importante crescimento em alguns anos. No futuro próximo, é provável que haja a criação de bancos de células alógenas não imunogênicas prontamente disponíveis para uso. Isso inclui o aperfeiçoamento das tecnologias de células-tronco para gerar diferentes tipos de células A bioimpressora TissueStart é destinada a cientistas iniciantes em biofabricação [3] SITE TISSUELABS [3]

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