D O S S I Ê : TR AN S P LANT E S E DOAÇÃO D E ÓRGÃOS | T E C N O LO G I A O Paulo Manuel Pêgo-Fernandes* e Ronaldo Honorato Barros dos Santos** transplante cardíaco é o tratamento escolhido para muitos pacientes com insuficiência cardíaca (IC) em estágio terminal, que permanecem sintomáticos apesar da terapia médica ideal. Para alguns pacientes cuidadosamente selecionados, ele oferece sobrevida e qualidade de vida significativamente melhoradas. Atualmente, a doação após morte encefálica, ou donation after brain death (DBD), continua sendo o método mais comum de doação de órgãos. No entanto, um interesse renovado surgiu nas últimas décadas por pacientes que não estão em morte encefálica de acordo com os critérios clínicos e laboratoriais, mas cujas lesões neurológicas são graves o suficiente para impedir que tenham uma vida significativa e/ou produtiva. O óbito desses doadores é estabelecido por critérios circulatórios e respiratórios em vez de por morte encefálica, como classicamente conhecemos. A doação, conhecida como donation after circulatory death (DCD), acontece somente após a autorização dos familiares. Procede-se à retirada do suporte de manutenção da vida em ambiente controlado, geralmente em sala cirúrgica preparada para essa finalidade, e a doação é feita após emitida a documentação da morte circulatória. O transplante de órgãos de doadores do tipo DCD não é novo. De fato, o primeiro transplante 2 6 • S E R M É D I C O Perfusão regional normotérmica: uma nova promessa? A busca por novos métodos que viabilizem o aumento da utilização de órgãos impulsionou estudos que resgataram a Doação após Morte Circulatória (DCD)
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