S E R M É D I C O • 9 bém temos equipamentos de ponta, mas nossa Medicina não vai atrás de resultados a qualquer custo. O departamento médico brasileiro, nas Olimpíadas, contou com os aparelhos de maior evidência para a prevenção e o tratamento de lesões, não deixou de oferecer nada que outro país de referência dispôs, como ultrassom, laser de alta intensidade e equipamentos de fisioterapia. Todas as adversidades, mesmo as mais complicadas, foram resolvidas em nossa estrutura, da qual só saímos uma vez para uma ressonância magnética e, ainda assim, seguimos com o tratamento internamente. O COB foi também o comitê mais completo em especialidades médicas. Além de médicos do esporte e ortopedistas, contamos com ginecologista do esporte e psiquiatra do esporte, e, claro, com profissionais como fisioterapeuta, massoterapeuta, preparador físico, bioquímico, biomédico e nutricionista, entre outros. Ser — A partir da sua experiência, avalia que casos de doping estejam diminuindo? "As instituições responsáveis pelas avaliações de dopagem também progrediram em tecnologia, tornando mais fácil e precoce a detecção de substâncias proibidas" As razões da melhoria na performance do Brasil em Paris são multifatoriais e envolvem desde a estrutura de treino até treinadores que são referência internacional [3] [3] ARQUIVO PESSOAL/RODRIGO CARNEIRO SASSON Sasson — Entendo que sim. Hoje os atletas contam com maior acesso em relação à educação e à prevenção a esse problema e deve ser por isso que os casos parecem estar diminuindo. O COB, por exemplo, tem um departamento específico de orientação sobre doping, por meio do qual os atletas são educados no tema desde as categorias de base, para entenderem o quanto saúde e performance são coisas sérias. Nada de antiético ou contra as regras é admitido. Vale mencionar que, em boa parte das vezes, os dopings ocorrem não por maldade do atleta ou por ele querer burlar as normas, mas por desconhecimento e falta de informação. Ou seja, o atleta nem imaginava que determinada substância poderia ser apontada como doping. Talvez tenha tomado um remédio dado por um familiar; um suplemento manipulado com alguma contaminação; ou, até, usou uma fórmula prescrita por um médico sem experiência com esporte, proibida nas fases de competição. Por outro lado, as instituições autorizadas responsáveis pelas avaliações de dopagem também progrediram em tecnologia, tornando mais fácil e precoce a detecção de substâncias proibidas. Essa maior sensibilidade poderia até resultar em aumento de doping, porém leva os atletas a refletirem que, se usarem algo fora das regras, dificilmente não serão pegos. As punições também coíbem, pois são bem severas.
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