D O S S I Ê : MED I C I NA E S PORT I VA | PA N O R AM A 1 8 • S E R M É D I C O e, mais ainda, de competições de luta, por exemplo. As emergências médicas em esportes podem variar desde lesões traumáticas, como fraturas e entorses, até eventos mais graves, como parada cardiorrespiratória. Para casos de emergências, o planejamento e preparo da equipe precisa ser o mesmo, independente da modalidade e situação em que se dará a competição. Infelizmente já nos deparamos com atendimentos televisionados, em que visivelmente não houve o preparo. A prontidão e a capacidade de resposta rápida da equipe médica são determinantes na evolução desses casos. Estudos mostram que a utilização imediata de um DEA em casos de parada cardíaca aumenta significativamente as chances de sobrevivência, reforçando a necessidade de ter esse equipamento disponível em eventos esportivos. Uma metanálise recente demonstrou que a presença de um espectador treinado em manobras de ressuscitação e a utilização do desfibrilador externo automático pelo leigo aumentam em 3.8 e 5 vezes, respectivamente, as chances de sobrevivência em ambientes esportivos, o que reforça a importância do treinamento. Portanto, o nosso imaginário sobre atletas como “seres superiores” não pode nos fazer baixar a guarda em relação à saúde desses indivíduos e o preparo antecipado para situações inesperadas. Antes de serem atletas, eles são seres humanos que têm hábitos e histórias de vida e precisam ser detalhadamente avaliados. *Especialista em Cardiologia e Medicina Esportiva e assessora científica da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. A Medicina Esportiva também tem debatido a necessidade do preparo adequado dos profissionais ao atendimento de urgências e emergências em campo. Parece simples, mas um atendimento fora do ambiente hospitalar necessita de planejamento e treinamento. O preparo adequado inclui ter um plano de emergência bem estruturado, treinamento regular da equipe em suportes básico e avançado de vida, a disponibilidade de equipamentos essenciais, como desfibriladores externos automáticos (DEA), kit de primeiros socorros e acesso rápido a serviços de emergência. Cabe ao médico responsável por um evento esportivo organizar toda a logística para esses casos. Ele precisa conhecer as principais ocorrências atreladas ao esporte que será realizado e as condições em que a prova acontecerá, considerando fatores externos como o clima, pois as necessidades e o volume de atendimento podem ser muito diferentes. As demandas de uma prova de maratona, com alto número de participantes e diferentes níveis de condicionamento no inverno, são diferentes em uma época de calor [2] [2] PIXEL_AWAY/ISTOCK Urgências e emergências emcampo: comoproceder Um atendimento fora do ambiente hospitalar necessita de planejamento e treinamento
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