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[1] SKYNESHER/ISTOCK S E R M É D I C O • 2 9 D O S S I Ê : MED I C I NA E S PORT I VA | T E C N O LO G I A estudo das lesões em esportes, principalmente os de alto rendimento, ganharam corpo nos últimos 25 a 30 anos e envolvem diferentes pesquisadores que, a partir de trabalhos anteriores, aprimoraram o conhecimento na área. Pesquisadores da década de 1990 aperfeiçoaram o conceito de equação de probabilidades, introduzido por Stanley Milles em 1977, sobre a chance de ocorrer uma lesão ser diretamente proporcional ao ambiente desfavorável, a atitudes de risco, à susceptibilidade individual, ao treinamento inadequado e à falta de ações preventivas; e, inversamente proporcional ao treinamento adequado, à maturidade esportiva e a medidas de segurança. A partir de 1996, as lesões esportivas passaram a ser divididas em dois grupos: por acidentes, como [1] Por Hésojy Gley* entorses, rupturas musculares e de tendão e contusões; e por esforço repetitivo, como fraturas de estresse, tendinoses e dores musculares de início tardio (DMIT). Com o melhor entendimento e controle das cargas esportivas para treino ou competição, teve início a busca de ferramentas distintas para diferenciar os tratamentos, visando prevenir e reduzir a gravidade das lesões. Nessa década também começa a separação de fatores externos e internos relacionados à lesão. Baseado em modelos de interação de fatores, foi desenvolvido um sistema de prevenção apoiado em um ciclo, que se inicia com o estudo epidemiológico da lesão, a identificação de fatores associados, um terceiro passo lastreado por medidas preventivas e o retorno ao primeiro passo, que avalia se houve queda de incidência do dano. ApeO Tratamento e prevenção de lesões emesportes sar da facilidade do modelo, ainda era difícil saber quais fatores deveriam ser incluídos ou retirados do sistema e quais poderiam ser mudados, visto que muitos deles interagem nas lesões. À interação entre motivações intrínsecas e extrínsecas e evento causador foi adicionado o fator adaptação — por exemplo, um futebolista que realiza um movimento arriscado no jogo como um joelho que “roda para dentro”, após salto em terreno propício à lesão, poderá criar padrões de adaptação para evitar esse risco. Muitos fatores passaram a ser considerados nos estudos, tais como aquecimento, preparação física, treinamento, recuperação, desequilíbrio muscular, alterações anatômicas, posição no jogo, roupas, calçados, equipamento de proteção, ambiente, regras do jogo, lesões precedentes e tempo de jogo.

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