3 2 • S E R M É D I C O O P I N I Ã O | M E D I C I N A E S P O RT I VA fisiologistas e demais profissionais de saúde, para garantir a melhor qualidade de cuidados aos atletas e esportistas. Deve objetivar não apenas tratar as lesões, mas também preveni-las, otimizar o desempenho e promover a saúde geral por meio da atividade física. O aumento dos investimentos em esportes também tem contribuído para a obtenção de recursos financeiros para a contratação de médicos e de outros profissionais de saúde especializados em esportes e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras para o setor. Com isso, estão sendo criados métodos mais efetivos para a avaliação do desempenho e da saúde dos praticantes de atividades físicas e esportes em geral, nasmais variadasmodalidades de treinos. Como exemplos de novas tecnologias aplicadas ao esporte, podemos citar exames de imagem e deoscilaçõesde frequênciacardíaca, análises biomecânicas, ferramentas de monitoramento de desempenho e técnicas de reabilitação. Sendo uma especialidade em constante evolução, é importante que os médicos do esporte mantenham-se atualizados sobre as inovações tecnológicas, visando oferecer sempre o melhor cuidado aos seus pacientes. Uma prova damodernização da Medicina Esportiva é a inteligência artificial, que está sendo cada vez mais utilizada para o diagnóstico e a prevenção de lesões, por meio de análise de dados dos treinamentos e estatísticas de desempenho atlético, entre outras informações. NOVAS TÉCNICAS A Medicina Esportiva tem passado por avanços significativos em técnicas de reabilitação de lesões. Algumas delas, em estágio final de estudos, incluem: • Terapia de ondas de choque: utilizada para tratar tendinopatias crônicas, envolve o uso de ondas acústicas para estimular a cicatrização dos tecidos; • Terapia complasma rico emplaquetas (PRP): usaopróprio sanguedo paciente, enriquecido com plaquetas, para promover a cicatrização de lesõesmusculares e tendinosas; • Terapia com células-tronco: empregadas para reparar e regenerar tecidos danificados, oferecendo uma nova esperança ao tratamento de lesões graves; • Tecnologia de imagem avançada: técnicas, como a ressonância magnética (RM) e a ultrassonografia, permitem diagnósticos mais precisos e monitoramento detalhado da recuperação; • Terapia manual e fisioterapia funcional: técnicas de mobilização e exercícios específicos que ajudam a restaurar a função e previnem futuras lesões. As novas técnicas representam importantes avanços na terapia física e reabilitação de lesões em atletas e pessoas que levam o condicionamento físico a sério, permitindo abordagens cada vez mais personalizadas em busca da melhor performance e condição física. Além disso, o desenvolvimento de tecnologias, como a genômica — cujas pesquisas incluem testes genéticos para fins esportivos —, pode ajudar a personalizar o treinamento, proporcionando informações sobre o potencial atlético de um indivíduo, com base em suas características genéticas. Outras inovações, como a tecnologia wearable, com relógios inteligentes e monitores de frequência cardíaca, estão sendo cada vez mais adotadas para monitorar o desempenho, prevenir lesões e personalizar o treinamento. Entre outras funções, elas ajudam a monitorar a frequência cardíaca, a quantidade de atividade física realizada, as calorias queimadas e a qualidade do sono. Sensores de movimento e de monitoramento de lesões também podem ser colocados em diferentes partes do corpo para verificar a biomecânica do movimento durante o exercício. E, por fim, os dispositivos de monitoramento de hidratação podem ser indicados para evitar que a desidratação afete negativamente o desempenho atlético e aumente o risco de lesões. *Médico especialista em Ortopedia e Traumatologia e Medicina Esportiva e coordenador da Câmara Técnica de Medicina Esportiva do Cremesp. Omédico precisa desenvolver competências para trabalhar em colaboração com outros especialistas, como treinadores, fisioterapeutas, nutricionistas, educadores físicos, psicólogos e fisiologistas
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