3 4 • S E R M É D I C O [1] IPOPBA/ISTOCK M E D I C I N A N O M U N D O M E D I C I N A N O M U N D O NOVO TRATAMENTO CONTRA A ESQUIZOFRENIA A primeira nova abordagem para o tratamento da esquizofrenia lançada em mais de 50 anos foi aprovada no final de setembro pela Food and Drugs Administration (FDA), órgão do governo estadunidense responsável pela liberação de alimentos e drogas. A inovação corresponde a uma combinação de xanomelina e cloreto de tróspio emcápsulas para uso oral com o nome de Cobenfy, cujo alvo são os receptores colinérgicos, em vez de receptores de dopamina, usados há muito tempo como padrão contra a doença. A combinação de xanomelina e cloreto de tróspio — respectivamente, um agonista e um antagonista muscarínico — não foi associada a efeitos colaterais tipicamente comuns de outros remédios contra a esquizofrenia, como ganho de peso, sonolência e sintomas extrapiramidais (causados por alterações no funcionamento do sistema nervoso que controla os movimentos corporais), como discinesia tardia. Nesse momento, a nova abordagem pode ajudar pacientes que não respondemounão toleramagentesbloqueadoresdedopamina. Eficácia Aeficáciadonovomedicamentoparatrataresquizofrenia em adultos foi avaliada em dois estudos com desenhos iguais. Ambos foram multicêntricos, randomizados, duplocegos, controlados por placebo e duraram cinco semanas em adultos com diagnóstico de esquizofrenia conforme os critérios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-5 (DSM-5). A eficácia primária foi medida conforme à Positive and Negative Syndrome Scale (PANSS), que afere os sintomas da esquizofrenia por meio das respostas a 30 itens e demonstrou redução significativa dos sintomas até a semana cinco no grupo tratado, em comparação aos participantes que usaram placebo. As informações de prescrição incluem advertências de que Cobenfy pode causar retenção urinária, aumento da frequência cardíaca, diminuição do movimento gástrico ou angioedema (inchaço sob a pele) do rosto e dos lábios. Cobenfy não é recomendado para pacientes com insuficiência hepática leve e conhecida, uma vez que há risco de danos ao fígado. Os efeitos colaterais mais comuns do cloreto de xanomelina-tróspio incluíram náusea, constipação, vômito, hipertensão, dor abdominal, diarreia e taquicardia, entre outros. O aumento da frequência cardíaca aconteceu no início do estudo, mas caiu novamente na última semana. Fontes: British Medical Journal (BJM, https://www.bmj.com/ content/386/bmj.q2133.full); The New York Times; e MedPage Today. [1] Concília Ortona Reyes
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