6 • S E R M É D I C O E N T R E V I S TA equipe que compõe o Comitê Olímpico do Brasil (COB) reúne médicos que são referência técnica na área, capazes de prover os atletas do melhor em termos de prevenção e tratamento de lesões e aprimoramento de performance. Para tanto, têm disponível aparelhagem de ponta, equivalente ao oferecido por países desenvolvidos. Mas existe um diferencial em relação aos comitês estrangeiros: a valorização dos aspectos humanos e individuais dos competidores. Essa é a visão do médico do esporte e ortopedista Rodrigo Carneiro Sasson, chefe médico do COB, que, em entrevista exclusiva à Ser Médico, explicou que o grupo tem como prioridade considerar os atletas como indivíduos em sua totalidade, com nuances específicas. “Não acredito na Medicina como um protocolo que serve para todas as pessoas, e, nisso, somos referência”. Aos 36 anos, atuando no COB há oito, Sasson traz em sua história profissional o trabalho na recuperação de medalhistas como a ginasta Rebeca Andrade — que havia passado por três cirurgias para tratar lesões do ligamento cruzado anterior (LCA) — e da nadadora Ana Marcela Cunha — campeã em Tóquio em 2020, operada por conta de danos no ombro. Ambos os casos culminaram em superação, apesar das muitas dúvidas das próprias atletas se poderiam render em provas de alto nível, no decorrer do tratamento. “No fundo, o objetivo da Medicina Esportiva e da equipe multidisciplinar é estudar e se empenhar pelo melhor da saúde e da performance do atleta, para que este atinja os resultados que tanto busca, mas com felicidade e apoio. Para isso, a gente faz tudo”, revelou nessa conversa, que abarcou ainda temas como a relação médico-esportista, a prevenção ao doping e as dificuldades para a formação de profissionais da sua especialidade. O atleta deve ser visto como um ser humano por inteiro e único A | R O D R I G O C A R N E I R O S A S S O N Concília Ortona Reyes
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