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ATUALIZAÇÃO
João Augusto Bertuol Figueiró: dimensão e tratamento da dor


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Edição 187 - 03/2003

ATUALIZAÇÃO

João Augusto Bertuol Figueiró: dimensão e tratamento da dor


A dimensão da dor e como tratá-la

João Augusto Bertuol Figueiró*

A dor é um dos maiores flagelos que acometem a humanidade. Numerosos esforços são empreendidos à procura de mecanismos que justifiquem sua existência e de métodos destinados ao seu controle. A dor é uma das principais causas de sofrimento, incapacidades e inabilidades e de imensuráveis repercussões psicossociais e econômicas. Estudos epidemiológicos revelam que está havendo um aumento marcante da ocorrência de dor na população de numerosas regiões em todos os continentes. Dor é a principal razão pela qual 75 a 80% dos indivíduos procuram o sistema de saúde; estima-se que 30 a 40% da população brasileira apresente dor crônica. Esta é uma das principais causas de comprometimento funcional, temporário ou permanente, dos indivíduos que dela padecem e uma das principais causas de absenteísmo, licenças médicas, aposentadorias por invalidez, indenizações e baixa produtividade. Os gastos públicos com estes problemas são enormes em quase todos os países.

No Brasil, como em outros países – mesmo os considerados “desenvolvidos” – , o conhecimento sobre dor e analgesia entre os profissionais de saúde ainda é escasso, tornando a avaliação e seu controle insatisfatórios. Um dos aspectos determinantes dessa má assistência é a insatisfatória carga de informações transmitida aos alunos nos cursos curriculares técnicos e de nível superior nas áreas da saúde, pois a maioria das condições dolorosas pode atualmente ser controlada satisfatoriamente com atitudes simples, acessíveis e, geralmente, de baixo custo.

Outros fatores são o temor do desenvolvimento de dependência e de tolerância com o uso de alguns analgésicos, o desconhecimento por muitos profissionais de saúde dos recursos terapêuticos existentes e sua adequada utilização, o pouco interesse por parte da maioria dos governos, a falta de políticas públicas estaduais e municipais para o seu devido controle, o desinteresse dos gestores de saúde e diretores de hospitais quanto à implantação de serviços de assistência à dor em suas unidades, a falta de medicamentos analgésicos essenciais bem como de outros recursos terapêuticos em muitas regiões do país, fatores legislativos da regulamentação e de distribuição que dificultam o acesso dos pacientes aos medicamentos e procedimentos, a falta de centros de tratamento da dor em nível adequado à demanda e geograficamente bem distribuídos, a presença de mitos e falsas crenças por parte da população, pacientes e familiares que dificultam a adesão aos tratamentos, problemas relacionados à comunicação entre os profissionais de saúde, os pacientes e familiares e, por último, problemas financeiros de várias naturezas.

Apesar do grave problema social que representa, a dor tem sido, de modo geral, negligenciada por parcela significativa dos médicos, pelo sistema de saúde, pela sociedade brasileira como um todo e, mesmo, pelos pacientes e familiares.

O impacto econômico da dor é imenso em decorrência do prejuízo funcional ao desempenho de todos os tipos de profissões, podendo levar à invalidez e acarretando gastos significativos às empresas em função da queda de produtividade e de absenteísmo. Infelizmente, essa situação também não é reconhecida e enfrentada pelo setor de recursos humanos e pelo empresariado com a devida adequação. Não existem dados precisos sobre o custo da dor no Brasil, mas investir em prevenção pode ser muito compensador.

Em maio de 1997, sensível a essa situação, a Associação Médica Brasileira (AMB) criou o Programa Nacional de Educação Continuada em Dor e Cuidados Paliativos para Profissionais de Saúde da AMB. Em janeiro de 2002, foi criado através de portaria ministerial, o Programa Nacional de Assistência à Dor e Cuidados Paliativos do Ministério da Saúde. Com isso, o Brasil passou a ser o primeiro país do mundo a ter a sua associação médica nacional e o seu ministério da Saúde envolvidos com a educação e a assistência respectivamente. Paralelamente foi lançada, em outubro de 2001, a ONG Aliviador, entidade jurídica responsável pelo gerenciamento do programa educacional.

A abrangência das ações da Aliviador vai da proposta de reforma curricular nas faculdades da área da saúde ao fomento à criação de centros hospitalares e ambulatoriais de excelência em várias regiões brasileiras e à publicação de cartilhas com recomendações básicas para pacientes e produção e distribuição de materiais educativos para os profissionais de saúde.

O Programa Nacional de Educação Continuada em Dor e Cuidados Paliativos da Associação Médica Brasileira e a Aliviador encontram-se em condições de auxiliar, prestar consultoria, assessorar, prover educação, fornecer informações aos hospitais públicos e privados, às Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, interessados em desenvolver, iniciar ou aperfeiçoar unidades ambulatoriais e hospitalares de dor e cuidados paliativos em todas as regiões do território nacional. Para que tal parceria possa ocorrer basta entrar em contato com a diretoria do Programa através do e-mail:
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*João Augusto Bertuol Figueiró é Coordenador do Programa Nacional de Educação Continuada em Dor e Cuidados Paliativos.

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