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Programa de Hepatites Virais adota medidas preventivas


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Edição 180 - 08/2002

ATUALIZAÇÃO

Programa de Hepatites Virais adota medidas preventivas




Programa de Hepatites Virais adota medidas preventivas

Gerusa Maria Figueiredo*

As hepatites pelos vírus B e C constituem grave problema de saúde pública. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente dois bilhões de pessoas foram infectadas, em algum momento da vida, com o vírus da hepatite B (VHB) e 325 milhões de indivíduos tornaram-se portadores crônicos. Em relação à hepatite causada pelo vírus C, aproximadamente 200 milhões de pessoas estão infectadas em todo mundo.

Em inquérito soroepidemiológico realizado no município de São Paulo, a prevalência de portadores dos vírus de hepatites B e C foi respectivamente 1 e 1,42%, o que só no município de São Paulo corresponde a cerca de 70.000 portadores do vírus B (VHB) e 100.000 do vírus C (VHC).

A transmissão do VHB geralmente requer contato direto imediato e interpessoal e pode ocorrer pela exposição a secreções infectantes em relações sexuais não protegidas, através de sangue contaminado e de mãe para filho.

A manutenção dos níveis de endemicidade decorre da existência de indivíduos portadores crônicos, reservatório e fontes de infecção do VHB, que podem, em uma pequena porcentagem de 5 a 10%, evoluir para cirrose e hepatocarcinoma.

Quanto ao vírus da hepatite C, a transmissão se dá de forma parenteral, havendo, porém, cerca de 40% de casos esporádicos, sem vias de transmissão bem definidas. As populações mais atingidas pelo VHC foram, até o controle efetivo do sangue, pacientes que realizaram múltiplas transfusões, como os hemofílicos. Atualmente destacam-se os usuários de drogas injetáveis.

A transmissão por via sexual parece ser de pequena importância, tendo em vista que estudos em homens que fazem sexo com homens demonstraram a mesma prevalência que a observada na população geral. Populações infectadas pelo HIV freqüentemente apresentam co-infecção com o VHC e esta associação pode aumentar o risco da transmissão pela via sexual.

Ao contrário da hepatite B, cerca de 75 a 85% das pessoas que se infectaram com o VHC não conseguem eliminá-lo e um quarto destas têm alterações histológicas hepáticas que são indicativas de abordagem terapêutica.

Para responder a esse novo desafio, consubstanciado na crescente demanda de casos principalmente da hepatite C, foi criado o Programa de Hepatites Virais da Secretaria de Estado da Saúde em maio de 2001.

Com os pilares definidos na organização de serviços, na assistência ao portador e medidas preventivas, o Programa realizou inicialmente um diagnóstico de situação dos serviços já existentes. Respeitando os preceitos do SUS, que organiza os serviços com níveis de complexidade crescente, com mecanismos de referência e contra-referência, pensou-se em um modelo em três níveis:

NÍVEL I
Unidades
UBS (Unidade Básica de Saúde)
PSF (Programa de Saúde da Família)
CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento)
SAE (Serviços de Assistência Especializada)


Atribuições
- Aconselhamento pré e pós- testagem
- Testagem de triagem ou confirmação de exames
- Encaminhamento para nível II



NÍVEL II
Unidades
SAE (Serviços e Assistência Especializada)
NGA (Núcleo de Gestão e Assistência)
CR (Rentros de Referência)
AE (Ambulatórios de Especialidades)

Atribuições
- Elucidação diagnóstica com marcadores sorológicos complementares e solicitação de exames de Biologia Molecular
- Biópsia no local ou referenciada
- Tratamento segundo portarias




NÍVEL III
Unidades
Hospitais Universitários
Hospitais da SES

Atribuições
- Elucidação diagnóstica com marcadores sorológicos e exames de Biologia Molecular
- Biópsia no local
- Tratamento segundo portarias
- Protocolos especiais



Dentro desta lógica existem, em funcionamento, 24 Centros de Referência de nível III em todo o Estado, sendo que 13 situam-se no município de São Paulo. Estão sendo progressivamente identificados os Centros de Referência de nível II e a listagem destes serviços consta na homepage do Centro de Vigilância Epidemiológica (www.cve.sp.gov.br) com endereços, telefones e nomes dos responsáveis. Para alcançar uma maior área de abrangência na testagem de triagem será necessário que as Direções Regionais de Saúde mapeiem as unidades de nível I, dentro da lógica da Norma Operacional de Assistência à Saúde.

Sendo de fundamental importância para o diagnóstico e acompanhamento do tratamento na hepatite C os exames de biologia molecular, foi estabelecida uma rede de laboratórios para a realização do exame de PCR e genotipagem, que dispõe hoje de 17 laboratórios, dos quais 13 em funcionamento e os restantes em fase de adequação para iniciarem suas atividades ainda este ano. Embora a rede de laboratórios já existisse, foram necessárias adequações físicas, aquisição de kits diagnósticos e instalação de equipamentos.

Nos aspectos ligados à prevenção primária, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo vem promovendo a vacinação contra hepatite B em recém-nascidos desde 1998 e, com o intuito de encurtar coortes suscetíveis de crianças maiores e adolescentes, a faixa etária foi estendida até os 20 anos a partir de 2000. Além disso, estão sendo distribuídos, através da Secretaria de Educação, material educativo sobre modos de transmissão e medidas de controle das hepatites para professores e alunos.

A vacina contra a hepatite B também está disponível para populações de risco acrescido em qualquer faixa etária. Ressalte-se a importância da vacinação para o VHB e VHA nos portadores de hepatite C, com o intuito de prevenir quadro de hepatite fulminante pela exposição a estes vírus.

Quanto à prevenção secundária, é de vital importância o tratamento segundo os consensos estabelecidos (consulta pública nº 1 de 23/07/2002, publicada no DOU em 24/08/2002) visando a não evolução para cirrose e hepatocarcinoma, principalmente nos portadores de hepatite C. A disponibilização dos medicamentos pela aquisição e garantia de acesso e o treinamento e educação continuada dos profissionais da saúde para a atuação na área vêm sendo trabalhados com especial atenção. Os medicamentos estão disponíveis em locais específicos identificados na homepage do CVE.

Ainda no âmbito da prevenção, com o intuito de promover a identificação de novos casos, de seus comunicantes e dos modos de transmissão em termos individuais e coletivos, o que subsidiará as medidas de controle pertinentes, está sendo implantado o Sistema de Vigilância Epidemiológica das hepatites B e C, o que inclui sua notificação. Novamente aqui, o treinamento dos profissionais é questão central e vem sendo realizado através dos Treinamentos Básicos de Vigilância Epidemiológica em todo o Estado.

Complementando os dados fornecidos pela Vigilância Epidemiológica, a real magnitude do problema será obtida através de inquérito soroepidemiológico em nível nacional, sob a coordenação do Cenepi, contando com a participação do Estado de São Paulo.

Diante do dimensionamento do problema, da organização da rede de assistência e execução das medidas preventivas, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo estará, dentro de um processo, procurando dar respostas efetivas a este grave problema de saúde pública.

* Coordenadora do Programa Estadual de Hepatites Virais/Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo

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