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CAPA

EDITORIAL (JC pág. 2)
Resolução CFM nº 1805/2006: "Nosso humilde reconhecimento do limite do possível diante da natureza da pessoa humana"


ENTREVISTA (JC pág. 3)
Acompanhe um bate-papo informal com o reitor da Universidade Federal da Bahia, Naomar de Almeida Filho


ATIVIDADES 1 (JC pág. 4)
Educação Médica Continuada: Módulo sobre Diabetes reuniu público recorde em Presidente Prudente


ATIVIDADES 2 (JC pág. 5)
Exame do Cremesp 2007: índice e aprovação inferior a 60% preocupa


ATIVIDADES 3 (JC pág. 6)
Dia Nacional de Protesto dos Médicos: movimento pela qualidade de atendimento à saúde


ATIVIDADES 4 (JC pág. 7)
Codame: mais de 12 mil pessoas já participaram dos Fóruns Regulamentadores de Publicidade Médica realizados pelo Cremesp


ESPECIAL (JC págs. 8 e 9)
Acompanhe os resultados da Pesquisa Datafolha sobre as condições de trabalho dos médicos paulistas


GERAL 1 (JC pág. 10)
A regulamentação de procedimentos farmacêuticos em debate. Confira as conclusões


GERAL 2 (JC pág. 11)
Em Opinião de Conselheiro, José Henrique Vila aborda Atestado de Óbito


GERAL 3 (JC pág. 12)
Fórum discute segurança e condições de trabalho do médico perito


GERAL 4 (JC pág. 13)
Coluna do CFM: conselheiro aborda temas como escolas de Medicina, dengue e revisão do Código de Ética


ALERTA ÉTICO (JC pág. 14)
O tema desta edição para o Canal Alerta Ético é o atendimento ao idoso


GERAL 5 (JC pág. 15)
Primeira edição do simpósio internacional sobre cuidados paliativos apresenta grupo de estudos


NATAL (JC pág. 16)
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo deseja a todos um Natal de paz e reflexões para o novo ano que se aproxima


GALERIA DE FOTOS



Edição 243 - 11/2007

ENTREVISTA (JC pág. 3)

Acompanhe um bate-papo informal com o reitor da Universidade Federal da Bahia, Naomar de Almeida Filho



UNIVERSIDADE NOVA:

movimento propõe o bacharelado interdisciplinar

O reitor da Universidade Federal da Bahia, Naomar de Almeida Filho, é defensor de um ambicioso projeto que prevê a mudança do sistema universitário no Brasil. Preocupado com os defeitos estruturais do atual sistema – como a escolha profissional precoce e a inflexibilidade de currículos –, ele é um dos idealizadores do movimento Universidade Nova, em homenagem ao educador baiano Anísio Teixeira (1900-1971), que cunhou essa expressão para designar uma proposta de renovação do ensino, fermentada nos anos 30 do século passado. Para falar sobre esse projeto e dos desafios que o ensino médico enfrenta no Brasil, o reitor da Ufba concedeu a seguinte entrevista ao Jornal do Cremesp:

Em que consiste o movimento Universidade Nova?   
Temos ajudado a construir um movimento de reestruturação radical da educação superior no Brasil. A proposta tem como novidade o Bacharelado Interdisciplinar (BI), um estágio anterior ao aprendizado da profissão e que inclui cursos de cultura universitária em que o aluno – independentemente da profissão que escolher – teria acesso a uma formação geral, capaz de recuperar elementos que foram esquecidos. Por exemplo, estudos clássicos, bases de grego e latim, história, filosofia, ética, lógica, pensamento matemático, incluindo computação, acrescidos de consciência ecológica, cidadania, política, saúde, qualidade de vida, iniciação científica e artes, muita arte. Isso tudo foi esquecido na formação universitária.

Concluída essa etapa, o aluno obteria algum título?
No BI o aluno pode antecipar praticamente todo o conteúdo da formação básica da área profissional que pretende cursar. Ao final de três anos, o aluno recebe diploma de bacharel em Artes, em Humanidades, em Saúde, em Ciência e Tecnologia. Com essa formação e titulação intermediária, estará habilitado a prestar exame de seleção para prosseguir na formação da carreira profissional ou da carreira acadêmica.

Haveria alguma diferença para os cursos de Medicina?
No caso da Medicina, o que hoje compõe a etapa inicial de formação – que em algumas instituições chama-se ciclo básico –, poderia ser cursado nos segundo e terceiro anos do BI. A formação científica e humanística complementar dos médicos já terá sido parte do primeiro ano do BI. Muitos desses cursos serão compartilhados por aspirantes a outras carreiras profissionais da área de saúde. Após completar o mínimo de 24 componentes curriculares do BI, o jovem já pode concluir o seu curso e requerer a diplomação. Os que se candidatam às profissões de saúde obterão o título de bacharel interdisciplinar em Saúde, com área de concentração em Ciências da Saúde ou em Saúde Humana.

Quais seriam os requisitos específicos para cursar a Medicina?
Para ingressar nas faculdades de Medicina da rede Universidade Nova, o pré-requisito seria o diploma de BI ou equivalente, com formação de pelo menos dois anos para alunos dos cursos tradicionais de Medicina ou de outras profissões de saúde.

Como seria a seleção dos  alunos?
A seleção poderia ter múltiplos critérios, mas creio que na Medicina não poderemos escapar de testar os alunos sobre conhecimentos, habilidades e competências normalmente adquiridos nos primeiros três anos de formação no modelo convencional. Toda a estrutura curricular exclusiva da formação médica – especialmente a parte clínica, cirúrgica, estágios em especialidades, tutorias, internato etc – será preservada e aperfeiçoada  entre o 7º e o 9º semestre do curso de Medicina.

O senhor propõe mudanças para a residência médica também?
Haverá mudanças inevitáveis em todo o sistema de pós-graduação, tanto acadêmica quanto profissional. Os alunos que concluírem o Bacharelado Interdisciplinar com excepcional destaque poderão ser recrutados diretamente por programas de pós-graduação. Isso vai mudar bastante o perfil dos formandos, a estrutura da pós-graduação e sua relação com a pesquisa. A formação do pesquisador ganhará mais autonomia porque poderá ocorrer em paralelo à formação do profissional. Em muitas áreas, como a médica, não faz sentido requerer primeiro uma formação em especialidade como pré-requisito para a formação de docente em Mestrados Acadêmicos e de pesquisador em Doutorados de Pesquisa. Na proposta da Universidade Nova, com expansão dos mestrados profissionais, já podemos fazer uma proposta simples e direta: conceder o título de mestre, na modalidade Mestrado Profissional, a todos os titulados em programas de Residência Médica ou em outras áreas da saúde, inclusive programas multiprofissionais, que tenham sido credenciados nos critérios e parâmetros da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e da CNRM (Comissão Nacional de Residência Médica).

Quais os principais problemas que o ensino médico enfrenta?
Creio que a educação médica no Brasil sofre com a convergência de problemas de todas as esferas. Sofre com os defeitos estruturais da educação universitária brasileira, com os da educação superior na área da saúde e, em maior medida, com os problemas próprios da área. No plano da educação em saúde, junto com uma atroz ausência de controles de qualidade, existe uma formação individualista e o viés da especialização precoce e exagerada.

O senhor acredita que essas questões possam ser superadas no curto prazo?
Duas vias têm sido tentadas, com muito sacrifício dos seus proponentes e resultados controversos ou necessitados de aferição. Por um lado, alguns abnegados lutam para introduzir e consolidar nos currículos de escolas médicas algo de filosofia, artes, história, abordagens sociais críticas etc. Por outro, em várias escolas e faculdades, têm-se iniciado reformas curriculares com base na prática assistencial em todos os níveis de ensino. Desde o primeiro ano, os alunos vestem jaleco branco e freqüentam centros de saúde e hospitais. Nesse caso, agrega-se uma estratégia pedagógica moderna, o famoso PBL, sigla da expressão em inglês Problem Based Learning (Aprendizagem Baseada em Problemas), que se torna quase um modismo. O PBL foi inventado na Universidade McMaster, no Canadá, consolidado e ampliado em Harvard, e hoje seu principal  centro é a Universidade de Maastricht, na Holanda.

Essas experiências têm dado certo no Brasil?
Acho a primeira saída pouco viável porque não ataca o cerne estrutural da questão. A segunda saída tem o defeito de copiar realidades estrangeiras, com regimes universitários bem diferentes do nosso. Os sistemas de fora são pouco compatíveis com o nosso, tanto que o equivalente ao quintanista em qualquer escola de Medicina no Brasil será um calouro na Harvard Medical School. Precisamos criar no Brasil um modelo de educação médica integrado,  que não seja cópia de outros países. A imitação é sempre complicada, mesmo que copiemos o que parece muito avançado. Porém, o modelo brasileiro de educação superior, particularmente de educação médica, deve garantir a equivalência e a compatibilidade com as principais tendências modernas de educação superior no mundo. Afinal, a internacionalização, que alguns chamam de globalização, da ciência e das práticas científicas – o que por certo inclui a Medicina – é uma realidade do mundo atual.



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